Após divulgação que a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia contra o ex-deputado Roberto Jefferson, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou na noite desta segunda-feira (30) o sigilo da decisão que motivou a prisão do presidente do PTB, ferrenho agitador de pautas bolsonaristas nas redes sociais.
Preso no Complexo de Bangu, no Rio de Janeiro, Jefferson teve um “mal súbito” nesta segunda-feira (30) e precisou ser internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da penitenciária.
Na decisão, Moraes afirmou que o sigilo era necessário no momento da operação da prisão, mas que hoje "o objeto da investigação conduzida nestes autos é de conhecimento público"
Entre os crimes listados por Moraes para justificar a prisão estão calúnia, difamação, injúria, associação criminosa, denunciação caluniosa, além de descumprimentos passíveis de pena dentro da Lei de Segurança Nacional e do Código Eleitoral.
Prisão de Jefferson
Jefferson está preso desde o dia 13 de agosto, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito das milícias digitais, que apura a ação de uma organização criminosa que atua contra a democracia.
Ao decidir pela prisão do ex-deputado bolsonarista, apontado como integrante do “núcleo político” do grupo investigado, o ministro mencionou as ameaças que Jefferson fez ao STF, ao Senado e a integrantes da CPI da Genocídio. Além disso, Moraes determinou o bloqueio de conteúdos postados por Jefferson em redes sociais, apreensão de armas e acesso a mídias de armazenamento.
Antes de ser levado pela Polícia Federal, o ex-deputado enviou mensagem de áudio ao PTB e afirmou que o STF atua contra a “família, Deus e a liberdade” e recebe “mensalão da China”. Ele ainda disse que irá combater “ministros gays” do tribunal. Ao assinar mandado de prisão, Jefferson ainda provocou Moraes.