Após dizer que Adélio agiu sozinho, delegado abre inquérito para apurar "conexão com grupo criminoso"

Cerca de 24 horas depois de dizer, em entrevista à TV Globo, que Adélio Bispo dos Santos, autor da facada no presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), "não contou com a colaboração de ninguém, o delegado regional de Combate ao Crime Organizado de Minas Gerais, Rodrigo Morais, instaurou um segundo inquérito para "apurar se Adélio tem alguma conexão com algum grupo ou organização criminosa".

Adélio Bispo de Oliveira - Foto: ReproduçãoCréditos: Reprodução de Vídeo
Escrito en POLÍTICA el
Cerca de 24 horas depois de dizer, em entrevista à TV Globo, que Adélio Bispo dos Santos, autor da facada no presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), "não contou com a colaboração de ninguém, o delegado regional de Combate ao Crime Organizado de Minas Gerais, Rodrigo Morais, instaurou um segundo inquérito para "apurar se Adélio tem alguma conexão com algum grupo ou organização criminosa". Morais deu a declaração com base nas investigações da Polícia Federal que concluiu, em relatório divulgado na sexta-feira (21), que Adélio agiu sozinho e não recebeu dinheiro para cometer o crime. Nesta segunda-feira (24), Bolsonaro também deu sua primeira entrevista após o caso, ao jornalista Augusto Nunes, da Jovem Pan, dentro do Hospital Albert Einstein, onde se recupera. Na conversa, o militar diz que "não há dúvida" de que a ação de Adélio foi política. "Entendo que foi algo planejado. Foi político, não há a menor dúvida". Ao ser questionado sobre a atuação da Polícia Federal, que havia descartado a hipótese de envolvimento de terceiros no caso, Bolsonaro afirmou. “Acredito que ele (Adélio) não agiu sozinho. Ele não é tão inteligente assim, não. A tendência natural de um ato como aquele é ele ser linchado. Então ele foi para cumprir a missão quase na certeza de que não seria. Não seria como? Sabendo que teria gente ao lado dele”. Bolsonaro ainda colocou em dúvida o trabalho desenvolvido pela PF. "Pelo que ouvi dizer, não tenho certeza ainda, a Polícia Civil de Juiz de Fora está bem mais avançada que a Polícia Federal. O depoimento do delegado que está conduzindo, realmente é para abafar. Eu lamento o que ouvi ele falando. Dá a entender até que age em parte como uma defesa do criminoso. Isso não pode acontecer", disse. Movimentações suspeitas Ainda nesta segunda, o jornalista Marcelo Auler, em seu blog, levantou suspeitas sobre as movimentações em torno do caso. "A quinze dias do primeiro turno das eleições, a movimentação em torno de Adélio Bispo de Oliveira, réu confesso da facada desferida contra o presidenciável Jair Bolsonaro, em 6 de setembro, no centro de Juiz de Fora (MG), desperta a atenção das assessorias jurídicas de candidatos receosos de possíveis surpresas/armações que possam estar sendo urgidas na tentativa de interferir no resultado do pleito". Candidata a vice na chapa do petista Fernando Haddad, Manuela D'ávilla (PCdoB) entrou - também nesta segunda-feira - com pedido junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) solicitando segurança da Polícia Federal para fazer campanha. Manuela receia que ocorram atos violentos contra ela, devido às mensagens divulgadas nas redes sociais, que dão conta de que ela articulou o atentado contra Jair Bolsonaro, candidato do PSL. "Saiu uma notícia falsa muito grave, que dizia que eu teria articulado, vejam o absurdo, o atentado a Jair Bolsonaro. Portanto, motivando um conjunto de ameaças físicas a mim”, revelou Manuela, em entrevista à Rádio Bandeirantes.