Após marretadas do Padre Júlio, prefeitura tucana retira as pedras do viaduto

O viaduto amanheceu limpo nesta quarta-feira. A prefeitura mandou duas retroescavadeiras e acabou retirando todas as pedras

Foto: Twitter/Lucas Jozino
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Após a enorme repercussão negativa provocada pelos protestos do Padre Júlio Lancelotti, pároco da Igreja de São Miguel Arcanjo, em São Paulo, a prefeitura tirou todas as pedras embaixo de um viaduto próximo à avenida Salim Farah Maluf, no Tatuapé, zona leste da cidade, para evitar que pessoas em situação de rua durmam no local.

O viaduto amanheceu limpo nesta quarta-feira (3). A prefeitura mandou duas retroescavadeiras e acabou retirando todas as pedras. A administração do prefeito Bruno Covas (PSDB) não especificou quanto gastou com a obra, nem para a colocação e nem para a retirada das pedras.

A prefeitura informa ainda que abriu uma sindicância para investigar como foi a ordem para a colocação das pedras. O funcionário da secretaria das Subprefeituras que ordenou que essa obra fosse feita foi exonerado do cargo. A prefeitura ainda informou que foi um ato isolado.

“Indignação diante da opressão. Marretada nas pedras da injustiça”, publicou o padre nas redes sociais. Aos 72 anos, Julio Lancellotti denunciou a “arquitetura higienista” da administração tucana nesta segunda-feira (1º).

https://twitter.com/pejulio/status/1356621962605379585

Em entrevista à Folha de S.Paulo, um dos trabalhadores da obra lamentou a iniciativa da prefeitura. “A gente faz porque é obrigado, mas até aperta o coração tirar o teto de quem já mora na rua”, disse ao jornal.

De acordo com censo feito pela prefeitura em 2019, a capital tem 24.344 moradores de rua. A região da Subprefeitura da Mooca, onde ficam os viadutos que receberam as pedras, concentrava 835 pessoas em situação de rua, ficando atrás apenas da Subprefeitura Sé (7.593).

Com informações do repórter Lucas Jozino/Rádio Bandeirantes