Após massacre, Doria elogia política de segurança de "atirar para matar" da polícia paulista

"Hoje, São Paulo tem uma polícia preparada, equipada e bem informada", afirmou Doria duas horas após "lamentar" nas redes sociais o massacre promovido pela mesma PM em Paraisópolis, seguindo à risca sua promessa de campanha de "atirar para matar"

João Doria (Divulgação/Governo de São Paulo)
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"Hoje, São Paulo tem uma polícia preparada, equipada e bem informada", afirmou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), duas horas após lamentar nas redes sociais o massacre cometido pela PM durante ação em um baile funk em Paraisópolis, na zona Sul, que resultou no assassinato de 9 jovens na madrugada deste domingo (1º). A declaração foi feita durante a solenidade de filiação do ex-ministro Gustavo Bebianno ao PSDB do Rio de Janeiro, um forte aliado de Doria para a disputa presidencial em 2022. "Não há hipótese de uma comunidade, uma população, uma cidade, um estado ou uma grande região ter paz sem ter segurança. Em São Paulo, isso se faz com seriedade, com planejamento, com estruturação, com inteligência para permitir a ação preventiva do crime, com respeito aos policiais”, disse Doria, ressaltando que aumentou o o orçamento da segurança para o ano que vem. Antes de ser eleito, em 2 outubro de 2018, Doria já havia prenunciado a sua "política de segurança" em entrevista à Rádio Bandeirantes. "Não façam enfrentamento com a Polícia Militar nem a Civil. Porque, a partir de 1º de janeiro, ou se rendem ou vão para o chão. Se fizer o enfrentamento com a polícia e atirar, a polícia atira. E atira para matar", afirmou. A declaração polêmica foi feita na tentativa de pegar carona no discurso violento de Jair Bolsonaro, de quem se aproximou à época, causando mal-estar entre tucanos, que tinham como candidato o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.