Após reunião de partidos, Freixo defende Lula, Ciro e FHC juntos em ato contra Bolsonaro

Após manifestações esvaziadas do MBL com alguns segmentos da esquerda, partidos da oposição e centro se uniram para atos unitários contra o presidente em 2 de outubro e 15 de novembro

Foto: Ricardo Stuckert
Escrito en POLÍTICA el

O deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ), líder da Minoria na Câmara, defendeu que os ex-presidentes Lula (PT), Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), estejam juntos nos próximos atos contra o presidente Jair Bolsonaro.

A fala de Freixo se deu após reunião entre 9 partidos da oposição e centro em que foi criado um comitê pró-impeachment que vai unificar ações contra o chefe do Executivo.

"Seria muito importante. Eu acho que se a gente puder ter FHC, Ciro, Lula, PSDB, acho muito importante. E lá para a frente, na eleição, cada um vai estar em um lugar ou alguns vão estar mais próximos. Faz parte. Não é um processo eleitoral, é uma defesa para que a gente tenha eleição", disse o deputado.

Na reunião entre parlamentares, que contou com a presença de lideranças do PT, PDT, PSB, PSOL, PCdoB, Rede, PV, Cidadania e Solidariedade, ficou estabelecida a adesão de todas essas legendas às manifestações contra Bolsonaro marcadas para o dia 2 de outubro e 15 de novembro.

Os partidos se unirão à Campanha Nacional Fora Bolsonaro, que agrega movimentos populares e entidades da sociedade civil, para mobilizações conjuntas, que vêm após o ato esvaziado do Movimento Brasil Livre (MBL) no último dia 12 que contou com a presença de alguns representantes de segmentos de esquerda e centro-esquerda.

Ciro Gomes esteve presente no ato do MBL. Já o ex-presidente Lula, assim como representantes do PT, não compareceram, tendo em vista que a manifestação tinha com um dos motes "Nem Lula, nem Bolsonaro".

Uma possível união entre Lula, Ciro e outros "defensores da democracia" já havia sido defendida, nesta terça-feira (14), pelo deputado federal Alexandre Padilha.

“Politica é igual feijão, só cozinha na pressão. Só um movimento amplo, realmente comprometido com quem sempre lutou pela democracia no Brasil pode fazer a pressão necessária pra deslocar a base parlamentar cimentada pelo orçamento secreto de Bolsonaro”, afirmou o petista à Fórum.

Centro e direita pelo impeachment?

Os partidos de oposição e centro que se reuniram nesta quarta-feira pretendem, também trazer para o comitê pró-impeachment parlamentares de legendas como PSD, PSDB, MDB e DEM.

Alguns políticos dessas siglas já vêm manifestando apoio a uma interrupção do mandato de Bolsonaro. O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, por exemplo, anunciou na última semana a criação de uma comissão que será formada por Nelsinho Trad e Antonio Brito, líderes do partido no Senado e na Câmara, respectivamente, para analisar a possibilidade.

Já o governador de São Paulo, João Doria, que é um dos nomes que vão disputar as prévias do PSDB para ser o candidato da legenda à presidência em 2022, se manifestou favoravelmente ao impeachment, pela primeira vez, após os atos golpistas do dia 7 de setembro.

"Minha posição é pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Depois do que ouvi hoje ele claramente afronta a Constituição", afirmou na ocasião.