Após Senado derrubar veto de Bolsonaro, Guedes diz que reajuste dos servidores é “crime contra o país”

Ministro da Economia, apoiado ao mesmo tempo pelos bolsonaristas mais fanáticos e pela mídia tradicional, inclusive pela Globo, mostrou mais uma vez que é contra benefícios salariais aos trabalhadores

Paulo Guedes (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
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O Senado Federal aprovou a derrubada de vários vetos de Jair Bolsonaro nesta quarta-feira (19). Um deles, o veto ao reajuste dos servidores públicos durante a pandemia, foi o que mais causou indignação no ministro de Economia, Paulo Guedes.

Uma das poucas figuras no país que é apoiada ao mesmo tempo pelo bolsonarismo e pela grande mídia, inclusive pela Globo, Guedes defendeu o teto federal de gastos, dizendo que ele é necessário para por “uma trava que pressupõe a incapacidade da classe política de trabalhar seus próprios orçamentos”.

“O teto sem as paredes, com o piso subindo, é uma questão de tempo. Então vai ter um momento em que nós vamos ter que superar isso e travar o piso, recuperando o espaço para os investimentos públicos e para as decisões corretas. Enquanto isso não houver, o teto é indispensável. É como se fosse uma promessa de seriedade na condução dos orçamentos públicos”, comentou o ministro.

Em seguida, ele disse que o resultado da votação no Senado é “um péssimo sinal”, e ainda classificou a decisão dos senadores como “um crime contra o país”. No entanto, afirma que ainda tem esperanças que a Câmara dos Deputados, que ainda avaliará a questão (e que adiou sua votação para esta quinta-feira), produza um placar favorável ao governo.

“Tudo isso agora está empurrando a economia neste final de ano, e nós esperamos ir aprofundando as reformas. De forma que o Brasil, já olhando para o ano seguinte, está de volta no trilho do desenvolvimento sustentável, que é onde estávamos antes”, concluiu Guedes.