Após suspeita de caixa dois na campanha de Bolsonaro, PF sugere abertura de nova investigação

Em uma planilha apreendida em uma gráfica, nomeada como “MarceloAlvaro.xlsx”, há referência ao fornecimento de material eleitoral para a campanha de Bolsonaro com a expressão “out”, o que significa, na compreensão de investigadores, pagamento “por fora"

Bolsonaro dá posse a Marcelo Alvaro no Ministério do Turismo (Foto: Carolina Antunes/PR)
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Após as revelações de suspeita de caixa dois na campanha do presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ), publicadas neste domingo (6), a Polícia Federal (PF) sugeriu a abertura de uma segunda investigação em decorrência do caso de candidatas laranjas do PSL, desta vez especificamente para as contas de campanha do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. Haissander Souza de Paula, ex-assessor parlamentar do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que na época era coordenador de sua campanha a deputado federal no Vale do Rio Doce (MG), disse em depoimento à Polícia Federal que “acha que parte dos valores depositados para as campanhas femininas, na verdade, foi usada para pagar material de campanha de Marcelo Álvaro Antônio e de Jair Bolsonaro”. Em uma planilha apreendida em uma gráfica, nomeada como “MarceloAlvaro.xlsx”, há referência ao fornecimento de material eleitoral para a campanha de Bolsonaro com a expressão “out”, o que significa, na compreensão de investigadores, pagamento “por fora”. A nova investigação, caso aberta, terá o ministro de Bolsonaro como foco principal, sob suspeita de ter movimentado recursos sem o conhecimento da Justiça Eleitoral. Além do depoimento e da planilha, a PF reuniu ainda outros indícios de recursos não contabilizados na campanha de Álvaro Antônio. Os casos estão nos autos e foram enviados para o Ministério Público, que é quem vai decidir se abre a nova apuração. O promotor Fernando Ferreira Abreu já confirmou que haverá novas investigações, mas não deu detalhes. O ministro Sergio Moro (Justiça), a quem a Polícia Federal está subordinada, publicou em suas redes sociais neste domingo uma enfática defesa do presidente, apesar de as investigações estarem sob sigilo. “Jair Bolsonaro fez a campanha presidencial mais barata da história. Manchete da Folha de S.Paulo de hoje não reflete a realidade. Nem o delegado, nem o Ministério Público, que atuam com independência, viram algo contra o PR [presidente da República] neste inquérito de Minas. Estes são os fatos”, afirmou. O chefe da Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social) de Jair Bolsonaro (PSL), Fabio Wajngarten, também foi às redes sociais neste domingo para criticar a cobertura da imprensa sobre a denúncia de caixa dois na campanha eleitoral do presidente e sugerir um boicote publicitário aos jornais que, no seu entender, veiculam “manchetes escandalosas”. No Instagram, Wajngarten comentou que “parte da mídia “ecoa fake news, ecoa manchetes escandalosas, perdeu o respeito, a credibilidade (e a) a ética jornalística. Que os anunciantes que fazem a mídia técnica tenham consciência de analisar cada um dos veículos de comunicação para não se associarem a eles preservando suas marcas”. Com informações da Folha