O procurador-geral da República, Augusto Aras, enviou uma mensagem ao senador Rogério Carvalho (PT-SE), em meio à CPI da Covid-19, nesta quinta-feira (13), para reclamar da possível convocação da subprocuradora Lindôra Araújo para depor na comissão.
Na abertura dos trabalhos da CPI nesta quinta, Rogério ao colegiado a mensagem que recebeu de Aras: "Se Lindôra for convocada, será uma afronta ao Ministério Público sem precedentes na história. […] Nós nos comprometemos com a CPI e com o senador Girão a entregar toda a documentação disponível na PGR".
Augusto Aras também mencionou entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) no sentido de que membros do Ministério Público e juízes não devem prestar depoimentos sobre sua atividade-fim. O pedido de comparecimento da subprocuradora-geral foi apresentado pelo senador Eduardo Girão (Podemos-CE).
Para o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), a mensagem representa apenas "a opinião dele" e insistiu para que a comissão votasse os pedidos de requerimento de votação e de convite de depoimento.
Braço direito de Aras, Lindôra enviou novo ofício em abril intimando governadores dos 26 estados e do Distrito Federal a explicarem dentro de cinco dias a utilização das verbas federais no combate à Covid-19.
No pedido de novas informações – ela já havia enviado ofício no dia 12 de março (confira as respostas aqui) – Lindôra levanta acusações contra os governadores pedindo justificativas sobre “a desativação de diversos hospitais de campanha no ano passado, considerando que a pandemia prossegue e que a falta de leitos pode deixar pessoas sem a assistência adequada, além de representar possível prejuízo ao erário ou mau uso da verba pública”.
Lindôra, que recentemente minimizou a pandemia dizendo que “estão politizando o covid”, tem sido usada por Aras e Jair Bolsonaro em uma espécie de contra-ataque à investigação que terá início no senado com a instalação da CPI do Genocídio.