Armínio Fraga se oferece para ser ministro da Fazenda sem saber quem será o presidente

Apesar de não especificar em qual governo aceitaria participar, Fraga já se reuniu com Sergio Moro, poucos dias antes da filiação do ex-juiz ao Podemos

Armínio Fraga - Foto: Reprodução
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Presidente do Banco Central (BC) no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o economista Armínio Fraga declarou que aceitaria voltar ao governo federal, mas desta vez, como ministro da Fazenda, mesmo sem saber quem será o próximo presidente. Adepto do neoliberalismo, porém, disse que isso dependeria de certas condições.

Fraga, que seria ministro caso Aécio Neves (PSDB) ganhasse a eleição presidencial em 2014, não especificou em qual governo aceitaria participar. No entanto, o economista já se reuniu com Sergio Moro, poucos dias antes da filiação do ex-juiz ao Podemos.

“Depende. Só vale se puder fazer coisas”, afirmou Fraga, após questionamento durante evento virtual da Latin Lawyer, se assumiria o comando da política econômica do país.

Ele acrescentou que as ideias do governo teriam de ser compatíveis com os seus valores e reiterou o desejo de voltar ao governo: “Ainda tenho muito a contribuir”.

Fraga é sócio da Gávea Investimentos e criticou a falta de liderança de Jair Bolsonaro (PL) na condução das reformas, de acordo com reportagem de Eduardo Laguna, no Estado de S. Paulo.

Ex-presidente do BC, no segundo mandato de FHC, Fraga criticou atual governo

“O Brasil é vítima de políticas ruins e más ideias. A situação no Brasil não é muito confortável, com liderança fraca e ideias ruins”, disse Fraga.

Segundo o ex-presidente do BC, o Brasil tem sido incapaz de crescer. Para ele, embora o governo tenha conseguido aprovar algumas “poucas reformas”, o pacote como um todo segue sem atrair novos investimentos para o país.

Mesmo com o cenário trágico causado pelo governo Bolsonaro e pelo ministro Paulo Guedes, Fraga disse que o Brasil não é irrecuperável. "Está claro que há muito espaço para melhorar”, destacou.