Assembleia de estudantes em escola de São Paulo vira “denúncia de crime”

Professora denuncia tentativa de intimidar assembleia estudantil na Escola Estadual Caetano de Campos, em São Paulo

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Uma professora denunciou a tentativa de intimidar assembleia na Escola Estadual Caetano de Campos, de Ensino Fundamental e Médio, em São Paulo, nesta segunda-feira (29). Os alunos, da faixa etária entre 16 e 18 anos, se reuniram para discutir questões de reorganização da escola, juntamente com a diretora. Enquanto os alunos aguardavam a chegada da diretora, policiais militares entraram na escola para averiguação de suposta denúncia de crime, segundo relato da professora de filosofia Monica Severo, que integra o conselho da instituição. Em contato com a Fórum, ela disse que questionou a presença irregular dos policiais dentro da escola. A conselheira advertiu que a presença dos policiais no recinto escolar era uma ilegalidade e apontou como sendo uma pessoa covarde, que age na surdina, que não põe a cara para debater, aquele que fez tal denúncia. "Esta ilegalidade já é uma questão superada pelo poder judiciário, que em 2015, na época das ocupações, julgou e decidiu pela legitimidade da manifestação autônoma dos jovens na escola. E mais, proibiu o governo do estado de usar a força policial para invadir, criminalizar, coagir ou intimidar os estudantes no exercício do seu direito”, disse Monica. A professora deixou claro que a diretora da escola não tem relação com a denúncia. "Eu a conheço bem, ela também é contra tal atitude policial. Não queremos a polícia dentro da escola, reprimindo nossos alunos”. O tema da assembleia organizada pelos estudantes era  “o aumento de alunos em 2019 e o remanejamento daqueles que estudam de manhã para o período da tarde”. Segundo Monica Severo, atualmente 1.800 alunos estão matriculados na instituição de ensino, que, no ano que vem, receberá os alunos para o início do ensino fundamental no ano de 2019. “O intuito da assembleia era exatamente o de saber como será feito com tantos alunos e pouco espaço. Todos nos preocupamos, inclusive os alunos, pois uma sala com mais de 50 pessoas prejudica o professor e o próprio aluno”, concluiu conselheira e professora Monica Severo.