A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) vê sinais de "perseguição" do governo Jair Bolsonaro no dossiê elaborado pelo Ministério da Justiça que lista 579 servidores públicos federais que apoiam atos e movimentos antifascistas.
"Estamos acompanhando o assunto e vamos avaliar se é necessário fazer a defesa de algum colega. Se constatarmos que houve perseguição, acionaremos a Justiça", afirmou Flávio Werneck, diretor jurídico da Fenapef, à coluna de Bela Megale, no jornal O Globo nesta quarta-feira (29).
Segundo a jornalista, o temor vem justamente do fato de que o dossiê foi elaborado pela Secretaria de Operações Integradas (Seopi), do Ministério da Justiça, comandado por André Mendonça, a qual a PF está subordinada.
MPF
Nesta terça-feira (28), o Ministério Público Federal (MPF) instaurou um procedimento preliminar para buscar informações sobre o dossiê.
Em ofício ao governo federal, o procurador regional dos Direitos do Cidadão Enrico Rodrigues de Freitas, que atua no Rio Grande do Sul, deu prazo de dez dias para que sejam fornecidas informações como a base legal que justificou a apuração, a indicação do objeto do relatório de inteligência e a motivação de sua instauração.
O objetivo do procurador é verificar "existência de elementos que indiquem uma atuação estatal de eventual cerceamento ou limitação da livre expressão do pensamento de cidadãos e profissionais, por meio dossiê ou relatório sigiloso elaborado pela Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça e Segurança Pública".