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Sofrendo pressões e retaliações da família Bolsonaro para frear as investigações que envolvem Fabrício Queiroz e Flávio Bolsonaro, o Ministério Público Federal (MPF) não possui o áudio divulgado da reportagem do jornal O Globo desta quinta-feira (23) que mostra que o ex-assessor do filho do presidente continua na ativa, indicando cargos.
Segundo a jornalista Juliana Dal Piva, o áudio foi repassado a ela por uma fonte, "por livre e espontânea vontade, mas sigilosamente".
"Gostaria de esclarecer que o áudio publicado nessa matéria não integra a investigação do MP sobre o Queiroz e o obtive diretamente por uma fonte que o cedeu, por livre e espontânea vontade, mas sigilosamente. Conforme está escrito na matéria", publicou a repórter no Twitter.
Segundo ela, "essa situação ocorreu em junho, vários meses depois que ele foi exonerado do gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj". "Ele [Queiroz] diz que isso ocorreu porque mantém seu 'capital político', apesar da investigação sobre peculato e lavagem de dinheiro do MP".
Na rede, Juliana relembrou que Queiroz nomeou diversas pessoas no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). "Além de 7 parentes, admitiu ser o responsável pelas nomeações de de Danielle Nóbrega e Raimunda Magalhães, respectivamente, ex-mulher e mãe do ex-capitão do Bope Adriano Nóbrega - investigado por ser o líder de uma milícia no Rio".
No áudio, Queiroz diz que "tem mais de 500 cargos, cara, lá na Câmara e no Senado". "Pode indicar para qualquer comissão ou, alguma coisa, sem vincular a eles (família Bolsonaro) em nada — diz Queiroz, no áudio, para depois complementar: — 20 continho aí para gente caía bem pra c**'".
Amigo do clã há décadas, Queiroz ainda comete um ato falho ao citar uma expressão popular. "O gabinete do Flávio faz fila de deputados e senadores, pessoal para conversar com ele, faz fila. Só chegar lá e nomeia fulano aí para trabalhar contigo aí, salariozinho bom desse aí para a gente que é pai de família, cai como uma uva", diz, trocando a expressão que diz que cai como uma "luva".
Gostaria de esclarecer que o áudio publicado nessa matéria não integra a investigação do MP sobre o Queiroz e o obtive diretamente por uma fonte que o cedeu, por livre e espontânea vontade, mas sigilosamente. Conforme está escrito na matéria.
— Juliana Dal Piva (@julianadalpiva) October 24, 2019