Auditor do TCU que fez “estudo paralelo” da Covid foi indicado por filhos de Bolsonaro para BNDES

De acordo com o tal estudo, que teria sido feito pelo auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, o número de mortos pela covid seria metade do que tem sido divulgado

Alexandre Marques - Foto: Redes Sociais
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Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) suspeito de ter feito um estudo paralelo sobre mortes por Covid, foi indicado pelos filhos do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) para uma diretoria no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A indicação, no entanto, de acordo com o Blog do Valdo Cruz, no G1, foi barrada pelo próprio TCU. Bolsonaro chegou a interceder pelo amigo dos filhos junto ao presidente do tribunal, José Múcio, e pediu que o servidor fosse liberado, mas nem assim conseguiu.

O senador Humberto Costa (PT-PE), titular da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura as omissões do governo Bolsonaro no combate à pandemia, a CPI do Genocídio, protocolou nesta terça-feira (8) um pedido para que Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques seja convocado para depor ao colegiado.

Mais cedo, a revista Crusoé revelou, através da divulgação de um documento do sistema interno do TCU, que o auditor em questão é o responsável pelo “estudo paralelo” citado por Jair Bolsonaro, nesta segunda-feira (7), para minimizar a pandemia do coronavírus. Segundo o titular do Palácio do Planalto, o tal estudo mostraria que o número total de mortes por Covid no país – que se aproxima dos 500 mil – seria, na verdade, a metade do que vem sendo divulgado.

Horas após a declaração, no entanto, o próprio TCU usou seus canais oficiais para desmentir Bolsonaro. “O TCU esclarece que não há informações em relatórios do tribunal que apontem que ‘em torno de 50% dos óbitos por Covid no ano passado não foram por Covid’, conforme afirmação do Presidente Jair Bolsonaro divulgada hoje”, diz a nota do órgão.