Bebianno: "Temo por uma ruptura institucional"

Ex-Secretário Geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno disse no Roda Viva que governo Bolsonaro "não deve terminar bem"

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Em entrevista aos jornalistas da bancada do programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira (2), o ex-Secretário Geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno, avaliou que o governo Bolsonaro "não deve terminar bem".

A fala de Bebianno, que era o homem forte de Jair Bolsonaro até ser fritado por Carlos Bolsonaro e demitido em fevereiro do ano passado, se dá em meio às articulações para uma manifestação de bolsonaristas que pedirá o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF) e que foi divulgada pelo próprio presidente.

"Com essa popularidade, essa vitoria incontestável, Bolsonaro tinha a obrigação de estender a mão e arrefecer os ânimos. Se continuar no caminho que estamos não vai terminar bem", disse.

"Eu temo por uma ruptura institucional (...) Tenho a expectativa de ver um país próspero, mas presidente mantém os ânimos aquecidos, essa agressividade, esses ataques à imprensa, qualquer pessoa que tem um milímetro de divergência é taxada de comunista... Vão fazer o que? Vão matar essas pessoas? O Brasil precisa de paz, como sempre foi. Se continuar nessa escalada não vai terminar bem", reforçou o ex-ministro, que disse não ser capaz de avaliar se Bolsonaro terminará o governo ou não.

Carluxo atrapalha

Quando os jornalistas do Roda Viva perguntaram sobre o episódio da facada em Juiz de Fora, durante a campanha, Bebianno afirmou que o vereador Carlos Bolsonaro "atrapalhou" e que, de alguma maneira, contribuiu para que Bolsonaro fosse atacado por Adélio Bispo.

Isso porque, segundo ele, Bolsonaro sempre andava nos carros da campanha acompanhados de um oficial do Bope e outro das Forças Armadas, que era o responsável em manter o então candidato de colete a prova de balas quando havia contato direto com o público.

Naquela ocasião, segundo Bebianno, no entanto, Carlos Bolsonaro resolveu ir junto e deixou os oficiais de fora do carro, o que fez com que Bolsonaro ficasse sem colete.

"Entrou naquele carro e ficou brincando com um drone, parecia uma criança. Resultado: Bolsonaro ficou sem colete e levou a facada", relatou.