Bia Kicis usa verba pública para contratar empresas que divulgam fake news sobre urnas eletrônicas

A deputada bolsonarista gastou até o momento R$ 12,5 mil da verba parlamentar na campanha pelo voto impresso

BIa Kicis - Foto: Edison Rodrigues/Agência Senado
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Autora de PEC que propõe a implementação do voto impresso no Brasil, a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) contratou duas empresas para divulgar o conteúdo do projeto. Pagas com verba parlamentar, as empresas têm repercutido vídeos e publicações da parlamentar que questionam sem evidências o processo eletrônico.

Segundo reportagem de Camila Zarur, Guilherme Caetano e João Paulo Saconi, no jornal O Globo, Bia Kicis gastou até o momento R$ 12,5 mil da verba pública na campanha pelo voto impresso.

A deputada bolsonarista contratou a Inovatum Tecnologia da Informação por R$ 2 mil mensais para gerenciar o grupo de Telegram “VotoImpressoAuditável”. Por R$ 4,5 mil, a Gohawk Tecnologia da Informação também foi contratada para criar uma página que permite o cadastro e acesso de apoiadores ao grupo de Telegram.

O grupo já possui mais de 125 mil pessoas que recebem diariamente vídeos, entrevistas e publicações de Kicis contra o sistema eletrônico. Em um dos vídeos, a deputada afirma que não existe a garantia de que o voto do eleitor vá para o candidato escolhido.

"Depois que a gente colocou 'confirmar' o voto não está nem registrado. Você confirma e tem que rezar para o voto ir para o seu candidato", afirma.

No último dia 13, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), autorizou a instalação de uma comissão especial para analisar a PEC 135/2019, chamada de PEC do voto impresso. A proposta teve a admissibilidade aprovada em dezembro de 2019 pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. Se aprovada, as eleições continuarão sendo feitas por urnas eletrônicas, mas terão também uma cédula para comprovar resultados.