Bolsonaristas não prestam depoimento à PF para forçar prisão por desobediência

Entre os envolvidos estão o deputado estadual Douglas Garcia, autor do "dossiê" contra antifascistas, e a ex-feminista Sara Winter

Foto: Reprodução
Escrito en POLÍTICA el

Os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro investigados no inquérito das Fake News decidiram não se apresentar à Polícia Federal para prestar depoimento na investigação. O gesto parece uma tentativa de forçar uma condução coercitiva e criar fato político.

“Eu não vou depor na Polícia Federal, porque eu considero esse inquérito inscontitucional. Eu não vou dar nenhum tipo de legitimidade a essa ação”, declarou o deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP), um dos investigados, na quinta-feira (4). Garcia é o autor do dossiê que listou antifascistas como forma de intimidação.

Edson Salomão, assessor de Garcia e comandante dos movimentos Direita SP e Brasil Conservador, e a ativista extremista ex-feminista Sara Winter também seguiram na mesma linha.

"A PF acabou de sair da minha casa, entraram ILEGALMENTE, NÃO SE IDENTIFICARAM e vieram deixar uma intimação pra depor daqui a 2 dias, EU NÃO VOU! Vão me prender? Me tratar como bandido? Vão ter q se prestar a isso!", disse Winter no início da semana.

Como destaca reportagem de Eduardo Gonçalves, da Revista Veja, os dois podem ser enquadrados em crime de desobediência. Previsto no artigo 330 do Código Penal, o crime é tipificado como "desobedecer a ordem legal de funcionário público" e prevê "detenção, de quinze dias a seis meses, e multa".