Bolsonaristas querem voto auditável porque sabem que já perderam a eleição de 2022, diz Sérgio Amadeu

Foi instalada nesta quinta-feira a comissão especial para analisar a PEC do voto impresso, de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF)

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O sociólogo Sérgio Amadeu, defensor e divulgador do Software Livre e da Inclusão Digital no Brasil afirmou, em entrevista ao programa Fórum Onze e Meia, que o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) sabe que vai perder as eleições em 2022 e, por conta disso, pretende colocar em dúvida a lisura das eleições, ao pedir o voto auditável.

“Os bolsonaristas entraram e destruíram o debate sério, porque eles não são sérios. O que eles querem é dizer que a eleição, que eles já perderam, foi fraudada. É esse clima que eles querem criar”, disse Amadeu.

De acordo com ele, “quem pode fraudar a eleição é quem tem acesso à urna eletrônica e não é do TSE, não é funcionários de carreira e, muito menos a esquerda democrática, a quem Bolsonaro pretende culpar”.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressitas-AL), instalou no início da madrugada desta quinta-feira (13) a comissão especial para analisar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso.

Se aprovada, a PEC de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF) tornaria obrigatória a impressão de cédulas de papel após votos depositados na urna eletrônica.

Amadeu lembrou que “não há sistema que seja inviolável, mas o sistema eleitoral brasileiro é muito seguro”.

“Em 2018, uma ação que previa um sistema de auditagem caso haja indícios de fraudes localizadas em determinadas regiões, caiu por conta da ex-procuradora geral da República, Raquel Dodge. A ação dizia que o voto tinha que aparecer pro eleitor, além do voto na tela que a gente já faz. Teria que aparecer uma impressão num dispositivo protegido ao lado e na hora em que ele confirmasse aquele papel, cairia numa urna, pra efeito de recontagem. O eleitor não colocaria a mão no voto. A Dodge alegou na época que isso desrespeitaria o sigilo de voto”, recorda.