Bolsonaro “acha” que vai ter prorrogação do auxílio emergencial

Titular do Planalto afirma que está sendo estudada “linha de corte”, o que indica que menos pessoas serão beneficiadas nessa etapa; ele também disse que está “namorando um tal de Patriota”

Bolsonaro dá entrevista a José Luiz Datena, na Band (Foto Reprodução Band)
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta segunda-feira (8), em entrevista a José Luiz Datena, no Brasil Urgente, da Band, que o auxílio emergencial deverá ter uma prorrogação. O benefício foi pago a pessoas que perderam renda por causa da pandemia do novo coronavírus.

“Eu acho que vai ter uma prorrogação, sim”, afirmou ele, ao ser questionado por Datena. No entanto, não deu detalhes de valores, início de pagamento ou quem seria beneficiado.

Mas deu uma pista. Bolsonaro afirmou que está sendo estudada uma “linha de corte”, dando a entender que nem todos os 68 milhões de beneficiados na primeira etapa do auxílio podem ser alcançados com essa prorrogação.

A proposta que tem sido discutida é pagar três parcelas de R$ 200 a 30 milhões de pessoas.

No ano passado, foram pagas cinco parcelas de R$ 600 e mais quatro de R$ 300.  Os R$ 200 eram o valor que o governo queria inicialmente, mas acabou elevado por pressão dos parlamentares na Câmara, em especial da oposição a Bolsonaro.

O pagamento do auxílio emergencial no ano passado rendeu ganhos de popularidade a Bolsonaro. Nas regiões onde o benefício teve mais impacto, como o Nordeste, sua aprovação subiu, para depois cair quando terminou o auxílio.

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Novo partido

Na entrevista, Bolsonaro disse também que deve definir seu novo partido até março. Afirmou que está namorando diversos partidos, mas somente um ele citou mais de uma vez: o Patriota.

“Estou namorando alguns partidos, entre eles um tal de Patriota”, afirmou o titular do Planalto na entrevista. E, na sequência, mostrou que quer mandar na legenda que o acolher. “Eu não posso ir para um partido e não ser autoridade nesse partido”, disse. “No PSL eu não era autoridade”, declarou.

Diante da declaração, Datena questionou o titular do Planalto se ele prefere um partido menor. E ele respondeu com todas as letras: “Eu prefiro um partido menor”.

Mas Bolsonaro deixou a entender que a decisão ainda não está tomada. “Vou conversar com os 30 deputados do PSL que trabalham comigo, que tenho um contato”, disse. E, segundo ele, a decisão tem outras implicações: “Tem parlamentar de outros partidos que pretendem ir para esse partido nosso”, disse. Por isso, a legenda precisaria ter condições para que seus apoiadores conquistassem vagas em parlamentos.

“O partido que eu tô namorando, não tô noivo ainda, o tal de Patriota, tem dez segundos de televisão, e o fundo partidário praticamente inexiste”, afirmou. Bolsonaro disse que seus apoiadores precisarão de estrutura para fazer suas campanhas.