Bolsonaro admite que Reforma da Previdência é "medida amarga"

Sem dizer quando a proposta da "nossa reforma" - referindo-se aos militares - será feita, Bolsonaro afirmou que está apelando ao "espírito patriótico" dos congressistas

Bolsonaro em entrevista a jornalistas (Carolina Antunes/PR)
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Jair Bolsonaro admitiu nesta sexta-feira (8) que a proposta de reforma da Previdência enviada ao Congresso é uma "medida amarga". ""Sabemos em algum aspecto que é uma medida amarga, mas é uma resposta que temos que dar de uma política sem muita responsabilidade que foi feita nos últimos anos. Tem que dar um freio de arrumação agora", afirmou, sem entrar em detalhes. Maria Lúcia Fattorelli: Reforma da Previdência de Bolsonaro é “interesse do insaciável mercado financeiro” A proposta recebeu críticas no Congresso e de governadores, que anunciaram a formação de um grupo para debater e apresentar ao governo sugestões de alterações no texto. Um dos pontos que recebeu mais críticas foi o que estabelece que idosos sem meios de se sustentar terão de aguardar até os 70 anos para receber integralmente o Benefício de Prestação Continuada (BPC). O benefício, no valor de um salário mínimo, é hoje pago mensalmente à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 anos ou mais que comprove não possuir meios de se sustentar, e nem de ter auxílio da família. Militares Apesar de dizer que os militares "não ficarão fora" da reforma, Bolsonaro não soube dizer quando será enviado um projeto específico para a aposentadoria na caserna, que ficou fora da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) leva ao parlamento. "A nossa reforma [dos militares] não depende de PEC, então é muito fácil. Pode chegar lá uma semana na Câmara, uma semana no Senado e está solucionada a questão. Então os militares vão também participar da reforma da Previdência, ninguém ficará de fora dela", disse. Bolsonaro ainda disse que está apelando ao "espírito patriótico" dos congressistas para passar a reforma no legislativo. "Nós estamos buscando os parlamentares, apelando para o espírito patriótico deles, o Brasil é um país que se continuar sem reformas, a tendência nossa é chegar à beira do caos e nós não queremos isso. Essa é a política, a forma que estamos nos aproximando do Parlamento brasileiro", disse. Nossa sucursal em Brasília já está em ação. A Fórum é o primeiro veículo a contratar jornalistas a partir de financiamento coletivo. E para continuar o trabalho precisamos do seu apoio. Saiba mais.