Bolsonaro ataca artistas na Record: #Elenão foi movimento dos que mamam da lei Rouanet

Em entrevista exclusiva à Record, o candidato do PSL ataca artistas que se envolveram nos protestos que mobilizaram as redes e levaram milhares às ruas  

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Ao mesmo tempo em que ocorre o debate da TV Globo entre os presidenciáveis, a TV Record exibe uma entrevista exclusiva com o candidato do PSL Jair Bolsonaro na noite desta quinta-feira (4). O militar recusou a sua participação no debate por questões médicas, no entanto é entrevistado em rede nacional pela emissora cujo proprietário declarou apoio. Questionado sobre o movimento que levou milhares de pessoas às ruas e ganhou as redes nas últimas semanas, o presidenciável em vez de refletir sobre o que levou o movimento a crescer, atacou os artistas. “Foi um movimento de artistas que mamam na Lei Rouanet”, disse. Uma das principais leis de incentivo à cultura, a Lei Rounet é constantemente atacada pelo candidato e seus apoiadores. Bolsonaro já declarou que, caso eleito, somente artistas talentosos terão incentivos, mostrando desconhecimento sobre a medida. Ela estabelece que pessoas jurídicas e físicas podem doar parte de seu imposto de renda para apoiar projetos culturais. Não são repassados recursos diretos do governo federal. Quem escolhe o que apoiar são os doadores. O ex-ministro da Cultura Juca Ferreira (PT), por exemplo, costumava dizer que “os departamentos de marketing das empresas terminam decidindo” os projetos que terão apoios ou não. Na entrevista, Bolsonaro afirmou ainda não ser homofóbico. No entanto, ele já deu inúmeras demonstrações de homofobia. Uma delas, em 2015, rendeu ao deputado a obrigatoriedade de pagar uma indenização de R$ 150 mil por danos morais ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDDD), criado pelo Ministério da Justiça. A ação foi ajuizada pelos grupos Diversidade Niterói, Cabo Free de Conscientização Homossexual e Combate à Homofobia e Arco-Íris de Conscientização. Durante o programa CQC, na época exibido pela TV Bandeirantes, Bolsonaro afirmou que nunca passou pela sua cabeça ter um filho gay, porque seus filhos tiveram uma “boa educação”.