Bolsonaro aumenta em 122% número de militares no governo; agora são 6,1 mil

É a primeira vez que um levantamento mostra a militarização do governo Bolsonaro. O crescimento se deu em várias áreas, até mesmo nos conselhos de administração

Foto: Marcos Corrêa/PR
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De acordo com levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU), concluído na tarde desta sexta-feira (17), a quantidade de militares da ativa e da reserva que ocupam cargos civis no governo federal mais do que dobrou nos dois primeiros anos da gestão do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido-RJ).

Em 2018, havia 2.765 militares em cargos civis do governo federal. Em 2019, o número chegou a 3.515 cargos destinados a servidores oriundos da caserna. E em 2020, o total chegou a 6.157, um aumento de 122%. 

É a primeira vez que um levantamento mostra a militarização do governo Bolsonaro. Um dos maiores aumentos ocorreu entre militares que passaram a ocupar cargos comissionados. Em 2016 eram 1.965, em 2018 caiu para 1.934. Já no primeiro ano do governo Bolsonaro, a quantidade subiu para 2.324, um aumento de 20%. Neste ano, são 2.643 militares ocupando esses cargos, ou 34,5% a mais.

O TCU ainda aponta que cresceu também a presença de militares em conselhos de administração de estatais, função pela qual recebem pagamentos adicionais, e em "cargos na alta administração do Poder Executivo". Oito militares estão nessas posições, conforme o TCU. Nenhum as ocupou em 2016, 2017, 2018 e 2019, afirma o tribunal. O levantamento pode estar defasado por inexistir acesso do tribunal a todas as bases das estatais.

O levantamento sobre a presença de militares no governo Bolsonaro foi feito a pedido do ministro Bruno Dantas. Os dados foram repassados ao presidente do TCU, ministro José Mucio Monteiro, e então enviados aos gabinetes de todos os ministros do tribunal.

O subprocurador Lucas Rocha Furtado fez o pedido em meio a críticas à presença dos militares no governo. De acordo com Furtado, o trecho da Constituição que autoriza o uso de militares da ativa em cargos civis principalmente para "melhorar o atendimento a populações de regiões de fronteira e distantes dos grandes centros urbanos".

Com informações do Globo