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O presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) fez mais um ataque à imprensa, na manhã desta quinta-feira (23), em suas redes sociais. Ele afirmou que a "Folha de São Paulo recorre até às ONGs para criticar Jair Bolsonaro. É a credibilidade do jornal abaixo do esgoto, no pré-sal do chorume", escreveu.
A Folha publicou, nesta quinta-feira, matéria sobre queda do país no ranking do IPC (Índice de Percepção da Corrupção), elaborado pela ONG Transparência Internacional. O caso foi parar entre os assuntos mais comentados do Twitter com a hashtag: “Sob Bolsonaro”.
Denúncias contra integrantes do governo e familiares de Bolsonaro fizeram o Brasil cair mais uma posição no ranking e ocupar a 106ª posição entre os 180 países avaliados —atrás de outros latino-americanos como Argentina (66ª), Chile (26ª), Colômbia (96ª), Cuba (60ª), Equador (93ª) e Uruguai (21ª).
O ranking atribui notas de 0 a 100 a países com base em pesquisas e relatórios sobre como o setor público é percebido por especialistas e executivos de empresas no que diz respeito à prática de corrupção.
O Brasil repetiu a mesma nota 35 recebida em 2018, a pior do país desde 2012.
"O resultado reflete um ano de poucos avanços e muitos retrocessos na luta contra a corrupção no Brasil", avalia Bruno Brandão, diretor-executivo da Transparência Internacional no Brasil.
Para ele, trata-se de prova de que "discurso não é o suficiente". "São necessárias medidas efetivas e coerência nas atitudes em todos os âmbitos", diz.
Bolsonaro teve, entre as suas principais promessas de campanha, a de acabar com a corrupção. Apesar do discurso, não adotou medidas que impactassem na percepção de que práticas corruptas, tais como abuso de poder, subornos e acordos secretos, tenham diminuído no país.
Filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro também é investigado sob suspeita dos crimes de peculato, lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio e organização criminosa.
"O grau de tolerância do presidente com esses casos é contraditório com o discurso de campanha do presidente", avalia Brandão.
Com informações da Folha