Bolsonaro corta 60% da verba publicitária da Globo e TCU identifica falta de critério

O TCU aponta que, apesar de ser líder em audiência, com média diária de público maior do que RecordTV e SBT juntos, a Globo teve a participação reduzida de 39% para 16%

Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução/Globo )
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A partir de um levantamento feito sobre a distribuição de verbas do governo federal às emissoras de TV, o TCU (Tribunal de Contas da União) identificou falta de critério técnico na mudança da divisão das verbas oficiais investidas nas principais emissoras.

O órgão aponta que, apesar de ser líder em audiência, com média diária de público maior do que RecordTV e SBT juntos, a TV da família Marinho teve a participação reduzida de 39% para 16%, queda de quase 60% na comparação entre 2018 (sob a gestão de Michel Temer) e 2019 (ano do primeiro mandato de Jair Bolsonaro).

Por outro lado, a verba publicitária oficial da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência) na RecordTV subiu de 31% para 43% do valor aplicado e no SBT aumentou de 30% para 41%. Os respectivos donos dessas TVs, Edir Macedo e Silvio Santos, são apoiadores de Bolsonaro. A Globo é, nas palavras do chefe do Executivo, um "inimigo" na mídia.

Segundo matéria da Folha publicada nesta quarta-feira, a Secom alegou que a aferição do Ibope não foi o único critério para redefinir a distribuição da verba. O órgão teria considerado o perfil do público de cada emissora e o custo das inserções.

Fábio Faria, genro de Silvio Santos, tenta melhorar a relação de Bolsonaro com a Globo, desde que assumiu o Ministério das Comunicações, em junho.

Mas a cobertura incisiva do jornalismo do canal em relação ao governo — com críticas diretas ao presidente e a seus filhos parlamentares — dificulta uma possível trégua.

Com informações da Folha

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