Durante a reunião ministerial do dia 22 de abril que é alvo das investigações da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República, o presidente Jair Bolsonaro reclamou de uma nota divulgada pela Polícia Rodoviária Federal que lamentava o falecimento do oficial Marcos Roberto Tokumori por Covid-19.
"O que era difícil de se imagnar, hoje se tornou uma triste realidade para todos nós. A doença, a COVID-19, não escolhe sexo, idade, raça ou profissão", diz trecho da mensagem publicada no dia 21 do último mês.
Segundo o jornalista Leandro Cólon, da Folha de S. Paulo, o presidente não gostou do tom do texto. Para o ex-capitão, a mensagem de despedida da corporação poderia "assustar as pessoas" e não considerava as possíveis comorbidades do ex-agente.
Apesar da alegação do presidente, a família de Tokumori disse na época do falecimento ao jornalista Jean Laurindo, do portal NSC, que ele não possuía doenças que poderiam complicar o quadro da Covid.
O policial civil Leonel Radde, ativista antifascismo, criticou a atitude do presidente. "Bolsonaro desdenhou e não deu a MÍNIMA em relação à morte de um POLICIAL. Parabéns aos colegas que defenderam esse infeliz", tuitou.
A reunião de 22 de abril
O encontro ministerial é de investigações em razão do depoimento do ex-ministro Sérgio Moro, que alega que o presidente o pressionou durante a reunião para conseguir intervir na PF.
A AGU entregou a gravação do encontro para o STF após pedido da PGR, mas o vídeo segue em sigilo até o momento. Em um dos trechos da gravação, o ministro Abraham Weintraub teria chamados os ministros do Supremo de "onze filhos da puta".