O presidente Jair Bolsonaro disse a um aliado que a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, possui "petistas" infiltrados que estariam tentando "ferrar" seu governo. Um dos auxiliares da pasta que estaria na mira do ex-capitão é Marcelo Guaranys, atual secretário-executivo da Economia. Ele trabalhou como diretor-presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) durante o governo Dilma Rousseff.
“Esses caras ficam vazando tudo. Esses caras trabalhavam com o PT. O Waldery, o Guaranys… Isso tudo é petista e querem me ferrar”, disse Bolsonaro, segundo a revista Veja. O presidente também mencionou Waldery Rodrigues, atual secretário especial de Fazenda. Ele já atuou como pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e exerceu diversos cargos na área econômica durante os governos anteriores.
Waldery Rodrigues foi quem disse em entrevistas à imprensa que a equipe econômica apoiava congelar as aposentadorias e pensões para viabilizar o Renda Brasil, programa criado para substituir o Bolsa Família. Uma das propostas do governo, segundo ele, era congelar os benefícios previdenciários por dois anos, assim como dificultar os critérios do Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Após a declaração, Bolsonaro ameaçou dar um “cartão vermelho” para Guedes. A repercussão foi tão negativa que o presidente disse ter desistido de mexer no Bolsa Família. Apesar da ameaça, o ministro continuou a defender a permanência de Waldery na pasta. “Não posso demiti-lo. Tenho que jogá-lo para cima”, disse Guedes a um parlamentar, ainda segundo a Veja.