Bolsonaro diz que é católico, mas discorda do Papa Francisco em relação a Lula

"Sabemos que os religiosos, os cristãos, sempre vão para o perdão. Da minha parte, espiritualmente, admiro o Papa Francisco e, nessa questão pessoal, como ser humano, não compartilho com as ideias dele sobre Lula", disse Bolsonaro

Papa Francisco, com camiseta Lula Livre, e Bolsonaro (Montagem)
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O presidente Jair Bolsonaro (PSL), em entrevista divulgada pelo jornal argentino Clarín neste domingo (14), afirmou que discorda do Papa Francisco sobre a prisão do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O pontífice pediu ao ex-presidente, através de uma carta enviada em maio deste ano, que não desanimasse, nem deixasse de acreditar em Deus. Inscreva-se no nosso Canal do YouTube, ative o sininho e passe a assistir ao nosso conteúdo exclusivo “Sou católico e respeito o Papa [...] Creio que é uma opinião pessoal do Papa em relação a Lula. Sabemos que os religiosos, os cristãos, sempre vão para o perdão. Eu reconheço isso no coração do Papa. Da minha parte, espiritualmente, admiro o Papa Francisco e, nessa questão pessoal, como ser humano, não compartilho com as ideias dele sobre Lula, que causou um grande mal ao Brasil”, respondeu Bolsonaro. Questionado pelo Clarín se o ex-juiz e atual ministro de Justiça, Sergio Moro, teria sido imparcial no processo contra Lula, Bolsonaro defendeu, mais uma vez, um de seus pupilos. Ele disse ter acompanhado o trabalho do ex-magistrado e destacou a conduta “imparcial” do aliado, citando devoluções de valores desviados em atividades ilegais realizadas por políticos e servidores públicos. “Então, na Argentina, ao meu entender, os juízes vão fazer o mesmo e espero que façam o mesmo em relação a Cristina Kirchner, condenando ou absolvendo, mas que se faça justiça”, comparou Bolsonaro. Sobre as críticas a respeito da possível nomeação de seu filho Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para a embaixada do Brasil nos Estados Unidos, ele resolveu colocar o presidente argentino, Mauricio Macri, no meio da conversa para ver se a sua ideia era aceita. “Meu filho é amigo dos filhos de Trump, fala inglês, espanhol, é ainda jovem, essa possibilidade foi levantada e eu mencionei a possibilidade. Imagine que Macri tenha um filho embaixador aqui no Brasil. Com todo respeito aos diplomatas do mundo inteiro: com toda certeza, a minha relação com o filho de Macri seria diferente do de outro embaixador profissional”, destacou.