Bolsonaro diz que não é qualquer um que entrará no Brasil "via pacto adotado por terceiros"

Capitão comentou no Twitter saída do Brasil do Pacto Global para Migração, que estabelece diretrizes para o acolhimento de imigrantes. Com a atitude, especialista alerta para explosão de casos de xenofobia.

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Com ares de xenofobia, Jair Bolsonaro (PSL) foi ao Twitter nesta quarta-feira (8) comentar sobre a saída do Brasil do Pacto Global para a Migração da ONU antecipada pela Fórum e confirmada pelo Itamaraty. "O Brasil é soberano para decidir se aceita ou não migrantes. Quem porventura vier para cá deverá estar sujeito às nossas leis, regras e costumes, bem como deverá cantar nosso hino e respeitar nossa cultura. Não qualquer um que entra em nossa casa, nem será qualquer um que entrará no Brasil via pacto adotado por terceiros", diz o tuíte sobre o ato acordado anteriormente pelo governo brasileiro, ressaltando em letras garrafais: "Não ao pacto migratório". Leia também: Saída do Brasil do Pacto de Migração cria caldo social para a xenofobia, diz especialista Criado em 2017 e assinado por dois terços dos 193 países que compõem a ONU, o Pacto Global para Migração estabelece diretrizes para o acolhimento de imigrantes e prevê, por exemplo, que os países deem uma resposta coordenada ao fluxo migratório e que não associem os direitos humanos à nacionalidade. Ao oficializar a saída do pacto, o Brasil caminha na contramão da maioria dos países do mundo e se alinha a governos populistas e autoritários como o dos Estados Unidos e da Hungria. Fórum terá um jornalista em Brasília em 2019. Será que você pode nos ajudar nisso? Clique aqui e saiba mais Para Camila Asano, Secretária Executiva do Comitê Brasileiro de Direitos Humanos e Política Externa e coordenadora de política externa da ONG Conectas Direitos Humanos, a decisão do Brasil de sair do pacto pode criar um caldo social em que pessoas se sentem autorizadas a praticar ataques xenófobos contra estrangeiros, como tem acontecido em Roraima com relação aos venezuelanos. “Observamos que, quando há autoridades públicas ou governos que tomam medidas ou discursos discriminatórios ou de negação de direitos mínimos e básicos, você acaba criando um caldo social onde se observa, como em Roraima, ataques violentos contra pessoas com a motivação de xenofobia. É muito preocupante como essa decisão pode gerar uma reação interna, de que se estaria autorizando desconsiderar qualquer consenso mínimo de respeito aos imigrantes”, pontua. Agora que você chegou ao final deste texto e viu a importância da Fórum, que tal apoiar a criação da sucursal de Brasília? Clique aqui e saiba mais