Bolsonaro e aliados examinaram vídeo de reunião por três dias antes de entregá-lo ao STF

Objetivo era "garantir" que gravação não teria nenhum conteúdo que pudesse incriminá-lo

Jair Bolsonaro (Foto: Alan Santos/PR)
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O presidente Jair Bolsonaro assistiu e revisou todo o vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, citado pelo ex-ministro Sergio Moro, antes de entregá-lo ao Supremo Tribunal Federal (STF). O objetivo era "garantir" que imagens não teriam nenhum conteúdo que pudesse incriminá-lo.

A informação é da coluna de Bela Megale, no O Globo. De acordo com a reportagem, as imagens também foram revisadas por nomes de confiança de Bolsonaro, como o do ministro da Secretaria-Geral da presidência, Jorge Oliveira, viram muitas vezes o material. A Advocacia-Geral da União (AGU) também analisou detalhadamente o vídeo antes de entregá-lo ao STF.

Para evitar ao máximo quaisquer acusações, assessores do presidente também analisaram conversas paralelas captadas pelos microfones da sala de reunião.

A coluna cita ainda que a equipe do presidente realizou a varredura do material por cerca de três dias antes de liberá-lo. Apesar de ter muitos conteúdos "sensíveis" ao governo, a avaliação do grupo foi que as falas de Bolsonaro não configuram em crimes.

Nesta terça-feira (13), o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, foi às redes sociais defender a divulgação da íntegra do vídeo. De acordo com ele, há falas que comprovariam as denúncias sobre interferência política na Polícia Federal.

“O acesso ao vídeo da reunião ministerial do dia 22/4 confirma o conteúdo do meu depoimento em relação à interferência na Polícia Federal,motivo pelo qual deixei o governo. Defendo, respeitosamente, a divulgação do vídeo, de preferência na íntegra, para que os fatos sejam confirmados”, tuitou Moro.