Bolsonaro é sabatinado em encontro de banqueiros promovido pelo BTG Pactual

O deputado e pré-candidato à presidência falou durante mais de uma hora em almoço que fechou o primeiro dia do 19º CEO Conference, evento que reuniu banqueiros e investidores.

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O deputado e pré-candidato à presidência falou durante mais de uma hora em almoço que fechou o primeiro dia do 19º CEO Conference, evento que reuniu banqueiros e investidores. Da Redação* O presidenciável Jair Bolsonaro foi a “atração principal” de um evento de elite do mercado financeiro em São Paulo, que ignorou seus principais competidores na corrida pelo Palácio do Planalto. O deputado falou durante mais de uma hora em almoço que fechou o primeiro dia do 19º CEO Conference, encontro de banqueiros, investidores e correlatos organizado pelo banco BTG Pactual. As informações são de Igor Gielow, da Folha de S.Paulo. Nenhum dos candidatos que dividem o pelotão do segundo lugar, como Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB) e Luciano Huck (sem partido), estava presente para falar com os cerca de 2.500 convidados do evento. Segundo presentes ao almoço, que foi fechado para a imprensa, Bolsonaro foi sabatinado com perguntas sobre seu histórico intervencionista, seu desconhecimento de economia, o crescimento do patrimônio de sua família e governabilidade em caso de eleição. Saiu-se, segundo o relato, com respostas prontas. Defendeu uma pauta econômica híbrida, liberal ao pedir uma reforma da Previdência gradual e estatista ao criticar a presença da China em negócios de mineração. Pontuou o discurso com questões sobre segurança pública e valores. Ao acabar, foi aplaudido de pé e demorou cerca de meia hora para conseguir sair do salão, parando para selfies, no hotel Hyatt. Um dos empresários presentes, crítico de Bolsonaro, disse que viu muitos "eleitores envergonhados" do deputado se manifestarem. O evento foi aberto pelo ministro Fernando Coelho Filho (Minas e Energia) e teve uma mesa à parte com outro presidenciável, o ex-banqueiro João Amoêdo (Novo). Nesta quarta (7), falam outros dois nomes que circulam abaixo de 3% de intenções de voto: o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A ausência mais comentada foi a de Geraldo Alckmin, governador paulista, que vem tendo dificuldades para unir o PSDB e outras agremiações. Ele circula bem no empresariado, mas não é visto como um nome que agrada especialmente o mercado. Nesse sentido, a presença de Bolsonaro, que historicamente abraça uma agenda fortemente estatista, chamou a atenção na plateia. Um de seus principais articuladores, o filho e deputado federal Eduardo, estava presente e busca vender a imagem do pai como um defensor do livre mercado. *Com informações da Folha de S.Paulo Foto: Reprodução