Bolsonaro estuda decreto para colocar lobista que uniu Olavo e Steve Bannon no Itamaraty

Filho de mãe estadunidense e pai brasileiro, Gerald Brant levou o clã Bolsonaro para um tour entre representantes da extrema-direita nos Estados Unidos em 2017 e uniu o guru do clã presidencial ao ex-estrategista de Donald Trump

À esquerda, Gerald Brant com Eduardo e Jair Bolsonaro no Council of Foreing Relations em 2017. À direita, Olavo de Carvalho e Steve Bannon, na noite desta quinta-feira (18). (Reprodução/Redes Sociais)
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O governo Jair Bolsonaro deve publicar um decreto para permitir que o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, possa contratar como assessor especial pessoas que não tenham carreira diplomática. A informação é da coluna Radar, da Revista Veja.

A manobra tem como objetivo permitir a nomeação do lobista Gerald Brant, amigo dos filhos de Bolsonaro que proporcionou o encontro entre Olavo de Carvalho e Steve Bannon, no Itamaraty.

Ele é sondado para atuar como uma espécie de “conselheiro” do Itamaraty, como assessor especial e ligado diretamente ao gabinete do chanceler Ernesto Araújo.

Filho de mãe estadunidense e pai brasileiro, Brant – da tradicional família mineira Brant, vizinha de Juscelino Kubitcheck em Diamantina – foi quem levou Bolsonaro e os filhos para os Estados Unidos.

Em janeiro de 2019, no início do governo Bolsonaro, Brant promoveu um inusitado encontro entre o guru intelectual do clã, Olavo de Carvalho, e o ex-estrategista de Donald Trump na Casa Branca, Steve Bannon.

Em 2017, ele levou o clã Bolsonaro para um tour entre representantes da extrema-direita nos Estados Unidos. Entre os compromissos, Bolsonaro teve uma reunião reservada na sede do Council of Foreing Relations. Entre analistas e investidores do mercado financeiro, Bolsonaro prometeu deixar as ideias de um nacionalismo econômico de lado para abraçar de vez a defesa do liberalismo, que angariou apoio de direitistas que atuam no sistema financeiro para sua campanha.

Brant frequenta a Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos e o Conselho das Américas por conta de seu trabalho. De estilo discreto, ele trabalha como diretor na empresa de investimentos Stonehaven em Manhattan, no seio do mercado financeiro. Passou por NewOak e o banco Merrill Lynch.