Bolsonaro fará de tudo para acabar com Moro até 2022, diz Bebianno

Ex-ministro e aliado afirmou que o presidente “só pensa em reeleição” e que "morre de medo" de Moro nas urnas

Gustavo Bebianno - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
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As notícias de que Jair Bolsonaro pretende separar as pastas de Justiça e de Segurança Pública, retirando poder de Sergio Moro, mostrou que o clima entre ambos não está nada bom. O ex-ministro Gustavo Bebianno, que foi amigo e advogado do presidente, além de ministro, deu a sua versão sobre os motivos que levam Bolsonaro a tomar essa iniciativa. “Infelizmente, o Jair só pensa em reeleição. A sorte do país é que há alguns ministros que efetivamente trabalham pelo Brasil, e para o Brasil, a exemplo do Sergio Moro e do ministro da Economia, Paulo Guedes. Essa obsessão pelo poder, combinada com as paranoias de traição, se sobrepõe ao excelente trabalho desses auxiliares. Como o Jair morre de medo do Moro nas urnas, fará de tudo para acabar com ele até 2022”, declarou ao colunista Tales Faria, do UOL. Bebianno alertou para o risco da utilização política da Polícia Federal por Bolsonaro. “Até agora, Moro foi o freio que inibiu o uso político da Polícia Federal, o que, com toda certeza, irrita bastante o Jair. Sem o Moro, as chances de a PF ser utilizada como ferramenta de opressão contra os desafetos serão grandes. Isso poderá gerar um clima muito pesado no país”, disse. Conselho Bebianno ainda mandou um conselho para o ministro da Justiça: “Se o Moro me pedisse um conselho, diria a ele o seguinte: saia desse governo o quanto antes, mantenha-se o mais longe possível da família Bolsonaro e volte no início de 2022 como pré-candidato à presidência da República. Jair não terá a mínima chance contra você”.