Bolsonaro mandou “agentes secretos” para espionar ONGs na Cúpula do Clima

Delegação brasileira que participou do evento, em dezembro do ano passado, contava com ao menos quatro membros do serviço secreto brasileiro, cujo trabalho teria sido observar entidades críticas ao país

Bolsonaro e Ricardo Salles (Reprodução/Twitter)Créditos: Presidência da República
Escrito en POLÍTICA el

A última Cúpula do Clima, ocorrida em dezembro de 2019, em Madri, contou com uma situação inusitada, e que só foi revelada nesta quarta-feira (14), por reportagem do jornal Estadão: a delegação brasileira contou com a presença de ao menos quatro agentes ligados à ABIN (Agência Brasileira de Inteligência).

Também segundo a matéria, a missão dos agentes foi monitorar algumas organizações ambientais que costumam ter discurso crítico às políticas do Brasil com relação ao meio ambiente.

Jair Bolsonaro costuma acusar as organizações críticas à sua gestão como as principais responsáveis pelas tragédias ambientais que o Brasil já sofreu durante este mandato, e que não foram poucas: recorde de queimadas na Amazônia e no Pantanal, vazamento gigante de petróleo no litoral do Nordeste e queda de barragem próxima à cidade de Brumadinho, entre outras.

Para sorte do presidente, embora a Cúpula do Clima seja um evento de periodicidade anual, a edição deste ano, que estava marcada para acontecer em novembro, na cidade escocesa de Glasgow, foi adiada para o final de 2021, em função da pandemia do novo coronavírus.