O presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) afirmou a aliados e auxiliares que está decidido a não cumprir decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que considerar “ilegais”, sobretudo se elas vierem dos ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.
Os dois, de acordo com a coluna de Igor Gadelha no Metrópoles, estão na mira de Bolsonaro há alguns meses em razão de decisões que atingiram aliados do presidente da República e por terem atuado contra a aprovação do voto impresso no Congresso.
A cúpula da Câmara dos Deputados observa com preocupação as movimentações de Bolsonaro e seus apoiadores às vésperas do feriado de 7 de setembro, quando bolsonaristas pretendem fazer manifestações de cunho golpista.
O presidente já confirmou presença nos atos, que terão, entre suas pautas, a destituição de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e intervenção militar.
Nesta segunda-feira (23), o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), sinalizou que Bolsonaro pode cometer crime de responsabilidade caso crie um fato político para desrespeitar a Corte.
Já o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), segundo apuração da jornalista Daniela Lima, da CNN Brasil, teria conversado com aliados e admitido a “gravidade” da crise gerada por Bolsonaro, que na última sexta-feira (20) apresentou ao Senado pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Lira teria dito que é preciso uma mudança de tom por parte de Bolsonaro para que “esta semana não termine na mesma temperatura com a qual está começando”.