Bolsonaro oferece verba "extra" para comprar votos no PSDB e DEM para Arthur Lira

Presidente teria montado um bunker na Câmara para negociar compra de votos com até R$ 636 bilhões de verbas extras. Sem orçamento aprovado, Rodrigo Maia diz que promessa é inviável

Jair Bolsonaro e Arthur Lira - Foto: Reprodução
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Ainda sem aprovação do orçamento de 2021 no Congresso, Jair Bolsonaro (Sem Partido) está oferecendo verba "extra" para comprar votos de deputados do PSDB e do DEM na tentativa de eleger Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara, na votação que acontece na próxima segunda-feira (1º).

Reportagem de Natália Portinari, Paulo Capelli e Bruno Góes, na edição desta quinta-feira (28) do jornal O Globo, revela que o governo montou um bunker para negociar com deputados do PSDB, de João Doria, e do DEM, de ACM Neto.

Para manter a fidelidade de alguns parlamentares dos dois partidos que já têm indicados ocupando cargos no governo, o presidente está oferecendo verba "extra" para municípios indicados por eles, fora da cota prevista nas emendas parlamentares. O montante chegaria a R$ 636 milhões.

Rodrigo Maia (DEM-RJ), que lidera o grupo pró-candidatura Baleia Rossi (MDB-SP), afirmou nesta quarta-feira (27) que não sabe como Bolsonaro vai cumprir o acordo.

"Pela conta que eu fiz, e pelo orçamento que nós teremos para 2021, pelo que eu já vi que o governo está prometendo junto com o seu candidato, vai dar pelo menos uns R$ 20 bilhões de emendas extraorçamentárias. Eu quero saber em que orçamento para o ano de 2021, com todo o problema do teto de gastos, (terá espaço). (Como) eles poderão cumprir, se vitoriosos, essa promessa?", indagou.

Além da compra de deputados do DEM e PSDB, Bolsonaro está retaliando com a perda de cargos no governo parlamentares que sinalizam voto no candidato oposicionista.

Flaviano Melo (MDB-AC), Hildo Rocha (MDB-MA), Fabio Reis (MDB-SE) e Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ) perderam seus indicados por apoiar Baleia Rossi.