Bolsonaro pergunta a alunos de escola privada sobre atos "do pessoalzinho que cortei verba"

"Um lixo. A gente é estudante de verdade. A gente estuda", respondeu um dos alunos do colégio Bandeirantes, de São Paulo, que em 2017 tinha mensalidade de mais de R$ 3 mil

Bolsonaro durante viagem a Dallas (Foto: Marcos Corrêa/PR)
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Na portaria do Palácio da Alvorada, na tarde deste sábado (18), Jair Bolsonaro (PSL) perguntou a alunos do colégio Bandeirantes, de São Paulo, o que eles acharam dos atos convocados por estudantes de instituições públicas de ensino no último dia 15. Janaína Paschoal: Bolsonaro “precisa parar com tanta xaropada e focar no trabalho” "E este movimento do pessoalzinho aí que eu cortei verba, o que vocês acharam?", indagou Bolsonaro, em tom pejorativo. "Um lixo. A gente é estudante de verdade. A gente estuda", respondeu um dos alunos da escola particular, que, segundo dados coletados pelo Datafolha em 2017, tem mensalidade de mais de R$ 3 mil. Na conversa com os estudantes, que foram à Brasília para uma atividade da escola, Bolsonaro ainda mininizou "uma minoria que manda na escola" e confirmou que chamou de "idiotas" os manifestantes, quando indagado se teve sua fala "distorcida" pela imprensa. "Em Dallas, eu falei, sim, que uma parte são idiotas úteis. É verdade, ué. É mentira? Meu pessoal esteve na rua ouvindo a molecada 'o que você está fazendo aqui?'. Não sabe de nada. É massa de manobra dos espertalhões de sempre, do pessoal que quer voltar ao poder. Para alguns grupos está difícil a vida, acabou a teta", disse Bolsonaro. O presidente ainda lançou críticas à autonomia das universidades, dizendo que os reitores têm que prestar contas "do que está acontecendo". "Universidade, por exemplo, os reitores têm autonomia. Mas, hoje em dia, parece que eles têm, na verdade, autonomia total, soberania. Têm que prestar as contas do que está acontecendo." Bolsonaro também criticou a qualidade do ensino público no país. "O currículo escolar não é bom. No meu tempo, na idade de vocês, colégio público era bom. Colégio particular não era bom. Hoje, inverteu o negócio. O colégio particular pago, como regra, é bom. O público, como regra —como regra, antes que a imprensa fale que estou atingindo todo mundo— não é bom", disse Bolsonaro.