Bolsonaro recebe Major Curió, símbolo da tortura e assassinatos na ditadura

O militar foi um principais responsáveis pela repressão à Guerrilha do Araguaia nos anos 70, formada por militantes do PCdoB que foram torturados e mortos mesmo depois de presos

Bolsonaro com Curió (Reprodução/Instagram)
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O presidente Jair Bolsonaro recebeu nesta segunda-feira (4), fora de sua agenda oficial divulgada pelo Palácio do Planalto, o tenente-coronel reformado do Exército, Sebastião Curió Rodrigues de Moura. Conhecido como Major Curió, o militar já foi denunciado seis vezes pelo Ministério Público Federal (MPF) por crimes durante a ditadura militar.

Curió foi um dos principais responsáveis pelos assassinatos e sequestros de guerrilheiros de esquerda na região do Araguaia, nos anos 70. Em entrevistas, o militar reconheceu e apresentou documentos que indicaram a execução de 41 militantes quando eles já estavam presos e sem condições de reação.

Um dos filhos do militar compartilhou nas redes sociais fotos do encontro do pai com o presidente. Na legenda, ele escreveu: "Dia de dois amigos se encontrarem e dizer FORÇA". Curió, com 85 anos, aparece em uma cadeira de rodas, enquanto Bolsonaro sorri e posa para as fotos.

A Comissão Nacional da Verdade incluiu Curió em seu relatório final, em 2014, como um dos 377 agentes do país que praticaram crimes contra os direitos humanos. De acordo com a comissão, o militar "esteve vinculado ao Centro de Informacões do Exército (CIE), serviu na região do Araguaia, onde esteve no comando de operações em que guerrilheiros do Araguaia foram capturados, conduzidos a centros clandestinos de tortura, executados e desapareceram".

Com informações de Rubens Valente, do UOL.