Bolsonaro reedita Collor e diz que vai “acabar com a farra dos marajás”

Indagado sobre o brutal assassinato do mestre de capoeira Moa do Katendê, por um de seus apoiadores, com 12 facadas, depois que ele declarou seu voto no PT, Bolsonaro foi lacônico: “O que tenho com isso?”

Bolsonaro em entrevista á Globo após vitória nas eleições (Reprodução/Rede Globo)
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[caption id="attachment_142041" align="alignnone" width="700"] Foto: Reprodução/YouTube[/caption] O candidato Jair Bolsonaro (PSL) reeditou Fernando Collor de Mello, durante sua campanha para presidente em 1989. O militar, abusando da falta de originalidade, prometeu “acabar com a farra dos marajás”. De acordo com informações de Jussara Soares, de O Globo, ele quis se referir à proposta de eliminar a incorporação de salários para funcionários públicos. Esta seria uma das iniciativas para viabilizar a reforma da Previdência, mais uma ação de seu programa de governo, que visa a retirada de direitos dos trabalhadores. “Tem muitos locais no Brasil que o servidor público tem um salário x e tem um cargo em comissão. Depois de oito a dez anos, ele incorpora o salário. E depois de oito ou dez, ele incorpora de novo. Vamos acabar com essa farra de marajás”, afirmou, sem, como sempre, detalhar a proposta. “Não podemos é passar para o ano que vem sem fazer a reforma da Previdência”, destacou. Atos de violência O militar comentou sobre os atos de violência que estão sendo cometidos por apoiadores de sua candidatura e não assumiu responsabilidade, mesmo sendo dono de um discurso que incentiva essas ações. “Não tem como controlar”, disse. Indagado sobre o brutal assassinato do mestre de capoeira Moa do Katendê, por um de seus apoiadores, com 12 facadas, em Salvador, na Bahia, depois que ele declarou seu voto no PT, Bolsonaro foi lacônico e demonstrou total falta de sensibilidade em relação às atitudes de ódio, estimuladas por seu próprio discurso: “O que tenho com isso?” “Essa pergunta não tem que ser invertida? Quem levou a facada fui eu. Agora um cara com uma camisa minha comete lá um excesso, o que eu tenho com isso? Peço ao pessoal que não pratique isso, mas não tenho controle. São milhões e milhões de pessoas que me apoiam. A violência vem do outro lado, a intolerância vem do outro lado. Eu sou a prova, graças a Deus, viva disso daí”. Para ele, o assassinato do mestre Moa foi apenas “um excesso” e essas ações de extrema violência protagonizados por seus apoiadores são “episódios isolados”. “O clima não está tão bélico assim, não. Está um clima acirrado, está havendo uma disputa, mas são casos isolados”.