Bolsonaro revela que está dividido entre três partidos para 2022

Sem partido desde que abandonou o PSL, o presidente precisa de uma legenda para concorrer nas eleições de 2022

Jair Bolsonaro | Foto: José Dias/PR
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O presidente Jair Bolsonaro comentou nesta segunda-feira (1º) sobre seu futuro partidário ao ser questionado por jornalistas na Itália. O mandatário precisa encontrar uma legenda caso vá realmente disputar a reeleição em 2022.

“Olha, tem três partidos que me querem. Eu fico muito feliz, são três namoradas, vamos assim dizer”, disse Bolsonaro sobre sua possível legenda para 2022. “Duas vão ficar chateadas. É o PRB [Republicanos], o PL e o PP e cada dia um está na frente da bolsa de apostas", completou.

A declaração foi dada na cidade de Anguillara Veneta, onde o presidente foi receber homenagem de prefeita de extrema-direita. Esse evento foi acompanhado de fortes protestos de opositores.

Bolsonaro está sem partido desde novembro de 2019, quando anunciou que sairia do PSL. O mandatário busca nos três partidos do chamado "centrao" apoio para a luta pela reeleição. Inicialmente, o presidente havia conversado com o nanico Patriota, mas deve migrar para um partido mais robusto.

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, divulgou um vídeo na última semana reforçando o convite de filiação a Bolsonaro, seus filhos e apoiadores. A legenda comanda a Secretaria de Governo de Bolsonaro e o Banco do Nordeste.

Protestos contra Bolsonaro em Anguillara Veneta

O périplo de vexames de Jair Bolsonaro na Itália teve mais um capítulo nesta manhã de segunda-feira (1°). O presidente brasileiro foi a Anguillara Veneta, a cidade natal de seus antepassados, na Itália, e lá foi recepcionado por grupos de manifestantes que protestavam contra sua presença. Alguns fanáticos seguidores, vestidos de verde e amarelo e aos berros de ‘mito’, também foram às ruas. Segundo fontes da imprensa local, somadas, eram aproximadamente 200 pessoas entoando palavras de ordem contra o líder extremista.

Carregando faixas, uma delas com a inscrição “Ao lado do povo brasileiro – Fora Bolsonaro”, e vestidos com camisetas nas quais se lia “Ele não é um exemplo a ser seguido”, os grupos contrários ao presidente radical permaneciam isolados por policiais e agentes de segurança que escoltavam a comitiva do chefe do Executivo nacional.

O diário italiano Il Gazzettino, com sede em Veneza, informou que uma série de protestos foi registrada em pontos diversos da pequena Anguillara Veneta, o que levou ao cancelamento da cerimônia de recepção organizada pela prefeita de direita Alessandra Buoso. Bolsonaro estava o tempo todo acompanhado do deputado ítalo-brasileiro Luis Roberto Lorenzato, da Liga, um partido de extrema direita do país peninsular.