Após coletiva de Lula, Bolsonaro se desespera em live: "vai indicar ministro abortista pro STF"

Em poucos minutos, Bolsonaro resgatou Celso Daniel, atacou o MST, o PSOL e tentou polemizar sobre a questão do aborto com fins eleitoreiros contra Lula

Jair Bolsonaro em live | Reprodução/YouTube
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Durante transmissão ao vivo realizada nesta quinta-feira (20), o presidente Jair Bolsonaro (PL) deu sinais claros de seu desespero com a distância para o ex-presidente Lula (PT) nas pesquisas eleitorais. O mandatário dedicou os minutos iniciais da live para fazer ataques diretos ao petista.

O primeiro comentário do presidente na live foi uma tentativa de resgatar a morte do ex-prefeito Celso Daniel e usar o episódio para atacar Lula. "Celso Daniel ia atrapalhar a eleição do Lula lá em 2002 porque tinha um esquema de corrupção em uma empresa de ônibus e o PT pegava um dinheirinho lá. Se dizia até que o prefeito aceitava desvio para um causa, quando ficou sabendo que aquele cara de 9 dedos [Lula] usava para outras coisas, resolveu se insurgir e acabou sendo torturado, sequestrado e executado", disse Bolsonaro.

Na sequência, Bolsonaro emendou ao ataques ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e tentou colocar Lula como "abortista".

"Brasil assume liderança mundial anti-aborto... Quem diria, né? No governo do PT não teria uma notícia dessas... O PSOL tem uma ação no STF querendo legalizar o aborto até o terceiro mês da gestação. Teremos duas vagas no Supremo no ano que vem... Se for Lula o presidente, vocês acham que ele vai indicar um ministro abortista ou não abortista? Não preciso nem responder...", afirmou Bolsonaro.

Com as declarações, o presidente tenta polemizar sobre o aborto - um tema que deve ser debatido com seriedade enquanto questão de saúde pública - com o objetivo eleitoreiros contra Lula. A cartada não é nova e mostra que Bolsonaro vai reciclar ataques antigos contra o ex-presidente durante as eleições.

O chilique de Bolsonaro parece ser uma reação imediata à coletiva de imprensa que Lula concedeu na última quarta-feira á mídia independente, onde o ex-mandatário pareceu dar um ponto de partida à campanha presidencial em 2022.