Bolsonaro teme articulação de Mourão e Barroso por impeachment

Segundo o portal Poder360, processo contra ministros do Supremo veio como resposta à reunião do vice-presidente com Barroso

Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão (Foto: Isac Nóbrega/PR)
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Além da prisão do aliado Roberto Jefferson, o anúncio feito pelo presidente Jair Bolsonaro contra ministros do Supremo Tribunal Federal estaria relacionado com um encontro secreto do vice-presidente general Hamilton Mourão com o ministro Luís Roberto Barroso. O mandatário anunciou neste sábado (14) que vai acionar o Senado para processar Barroso e Alexandre de Moraes.

Segundo informações do portal Poder360, o mandatário ficou bastante irritado com o encontro da dupla, realizado na terça-feira (10) fora da agenda oficial. Apesar de o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sentar em cima de mais de 100 pedidos, Bolsonaro estaria com medo de que uma articulação de Barroso e Mourão possa abrir caminho para um impeachment

A reunião aconteceu justamente no dia em que Bolsonaro mobilizou as Forças Armadas para uma demonstração de força em Brasília.

Assessores de Bolsonaro ouvidos pelo Poder360 acreditam que Mourão já trabalha pelo impeachment. Caso o presidente seja impedido, quem assume é o general.

Bolsonaro contra o STF

Neste sábado, o presidente anunciou que vai acionar o Senado para que seja aberto um processo por “crime de responsabilidade” contra Barroso e Moraes. “Todos sabem das consequências, internas e externas, de uma ruptura institucional, a qual não provocamos ou desejamos. De há muito, os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, extrapolam com atos os limites constitucionais”, tuitou.

Prisão de Roberto Jefferson

O anúncio também foi feito um dia depois da prisão do ex-deputado Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB e bolsonarista.

A detenção ocorreu por determinação de Alexandre de Moraes. Além disso, Moraes determinou o bloqueio de conteúdos postados por Jefferson em redes sociais, apreensão de armas e acesso a mídias de armazenamento.

O ex-deputado é investigado no inquérito das milícias digitais, que é uma continuidade da investigação sobre os atos antidemocráticos e que envolve ameaças de morte aos ministros da suprema corte, pedidos de fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal.