Bolsonaro usa tática nazista para atacar a imprensa e oposição

Dizer que a imprensa mente como forma de deslegitimar críticas ao governo foi um instrumento repetido à exaustão por Hitler

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Ataques do presidente Jair Bolsonaro à imprensa se tornaram comuns no governo do ex-capitão. Quase diariamente Bolsonaro diz que jornais mentem sobre o seu governo como forma de enfraquecê-lo. Em caso recente, acusou a jornalista Vera Magalhães, do Estado de S.Paulo, de mentir ao revelar que o mandatário estaria usando conta pessoal no WhatsApp para convocar mobilização do dia 15 de março, que afronta do STF e o Congresso.

Dizer que a imprensa mente e acusá-la de esquerdismo, por exemplo, é uma prática antiga. Lügenpresse (imprensa mentirosa) surgiu no começo do século 20, época da Primeira Guerra Mundial. Contudo, foram os nazistas que se apropriaram do termo como forma de silenciar a oposição e a imprensa.

O jornalista Jamil Chade, do UOL, resgatou em reportagem publicada no UOL nesta sexta-feira (28) que, ao chegar no poder, Adolf Hitler manteve e ampliou a campanha de ataques contra a imprensa utilizando o termo "a imprensa que mente".

Em alguns casos, de acordo com o jornalista, a ofensiva era ampliada para editores, que eram chamados de judeus ou marxistas. Com a ascensão de Hitler, jornais foram fechados, jornalistas e editores detidos e os equipamentos de centenas de escritórios confiscados para que nazistas pudessem produzir seus próprios jornais.