Bolsonaro usa Vaza Jato para ameaçar Dallagnol: "Tráfico de influência"

Presidente prometeu mostrar em sua live nesta quinta-feira (16) mensagens que provam que Dallagnol e o procurador Vladimir Aras queriam colocar um nome de interesse da Lava Jato na PGR

Deltan Dallagnol e Jair Bolsonaro (Foto: Eduardo Matysiak/Reprodução/Youtube)
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Em conversa com apoiadores no "cercadinho" do Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que revelará, em sua live nesta quinta-feira (16), uma mensagem da Vaza Jato que mostra uma tentativa do ex-procurador Deltan Dallagnol e do procurador Vladimir Aras de colocar alguém do interesse da Lava Jato na Procuradoria-Geral da República.

Primo do atual PGR, Augusto Aras, Vladimir foi candidato à lista tríplice para concorrer a uma vaga na Procuradoria-Geral da República. No auge da Operação Lava Jato, ele chefiou a Secretaria Internacional da PGR, que tratava de todos os pedidos de cooperação com outros países. Ou seja, diversas investigações passavam pelo procurador.

"Vou mostrar na live tráfico de influência do Dallagnol. Olha só pessoal, é bom gravar aí, aquela operação lá, a Vaza Jato, tem uma [das mensagens] que o Vladimir Aras, é primo do Augusto Aras, não tem nada a ver um com o outro, pergunta para o Dallagnol: 'Você conhece o pastor da primeira-dama?'. 'Conheço'. 'Dá para marcar uma audiência com ele?' Dá. Já telefonei, pode ligar para ele'", contou Bolsonaro aos apoiadores.

"Sabe o que o Vladimir Aras e o Dallagnol queriam? Via minha esposa, colocar o nome da PGR de interesse deles, da Lava Jato. E aí ele disse que nunca me procurou", continuou o presidente. Segundo Bolsonaro, a troca de mensagens também mostra que a maioria dos integrantes da força-tarefa votou no ex-prefeito Fernando Haddad (PT) no segundo turno em 2018.

Bolsonaro pediu acesso às mensagens da Vaza Jato

Em fevereiro deste ano, Bolsonaro afirmou que “mandou pedir” ao Supremo Tribunal Federal (STF) o acesso às mensagens trocadas no âmbito da Operação Lava Jato, por ter sido citado nos diálogos.

Segundo Bolsonaro, há conversas de autoridades sobre como obtinham informações sobre sua vida financeira e de sua família, sem ordem judicial. O presidente disse que quer “pegar o cara que vendia informações” e sugeriu envolvimento do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).