Bolsonaro sugere venda direta de botijão e deputadas reagem: "Milícia"

Prática utilizada por grupos paramilitares foi defendida pelo presidente em live

Foto: Presidência da República
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Durante transmissão ao vivo realizada nesta quinta-feira (19), o presidente Jair Bolsonaro voltou a culpar os tributos estaduais e municipais pelo aumento no preço do gás de cozinha e fez uma sugestão insólita: derrubar o ICMS para permitir a venda direta de botijão. Deputadas se alarmaram com a proposta e apontaram relação com milícias.

“Ao invés do vale-gás, se zerar o ICMS, vai ser excelente. Porque vamos poder começar a tratar da venda direta do botijão de gás. Você pode pegar o seu caminhãozinho pra tua comunidade ali, uma vez por mês seu caminhãozinho vai lá e compra os botijões. O frete do caminhãozinho vocês pagam, mas não precisa ter lucro, é trabalho comunitário”, disse o presidente.

A declaração chama a atenção por trazer um modus operandi semelhante ao que utilizam grupos milicianos que dominam comunidades no Rio de Janeiro, local onde vive o mandatário. Parlamentares usaram as redes sociais para rechaçar a proposição.

"A solução que Bolsonaro sugere para o povo que não está conseguindo pagar o preço do botijão de gás: Formar milícias!", reagiu a deputada federal Natália Bonavides (PT-RN) no Twitter.

"Bolsonaro tá indicando o caminhãozinho comunitário da milícia da Zona Oeste que já cobra R$100 pelo gás?", questionou a deputada estadual Renata Souza (PSOL-RJ) na rede social.

https://twitter.com/natbonavides/status/1428493831696171015
https://twitter.com/renatasouzario/status/1428492688089812992