Bolsonaro visita Pazuello, que está com Covid-19, faz live e recomenda cloroquina

Ministro diz que tomou o medicamento para tratar a doença e acordou "zero bala". Presidente então afirma que é "mais um caso que deu certo"

Eduardo Pazuello e Jair Bolsonaro durante transmissão ao vivo (Reprodução/Facebook)Créditos: Reprodução/Youtube
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O presidente Jair Bolsonaro visitou na tarde deste quinta-feira (22) o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que foi diagnosticado recentemente com Covid-19. Sem máscara, os dois fizeram uma transmissão ao vivo do encontro nas redes sociais e Bolsonaro voltou a defender o uso da cloroquina contra a doença.

Ao relatar os sintomas que apresentou, Pazuello foi questionado por Bolsonaro sobre "o que tomou" contra a Covid-19. O ministro então responde: "Na terça mesmo comecei a tomar hidroxicloroquina, Anita e Azitromicina na quarta-feira, o kit completo. Na quarta acordei melhor, fiz a fisioterapia de respiração, sempre com acompanhamento médico".

O presidente então pergunta como o ministro está se sentindo nesta quinta-feira e Pazuello diz que está "zero bala". Em seguida, Bolsonaro aproveita para mais uma vez fazer propaganda da cloroquina, medicamento que não tem comprovação contra o coronavírus e foi desaconselhado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Mais um caso concreto que hidroxicloroquina, Azitromicina e Anita deu certo. Mais um que deu certo", afirma. "Alguns reclamam, falam que a hidroxicloroquina não tem comprovação científica. Não tem para o Covid. Mas tem para outras coisas", completa.

Pazuello então afirma que o recomendado é que, se um médico prescrever o medicamento, o paciente deve seguir à risca o tratamento. "Se algum médico não quiser receitar hidroxicloroquina, o que ele faz?", pergunta Bolsonaro. "Ele chama outro médico e, se o paciente quiser tomar, assina lá o compromisso e o médico receita", responde o ministro.

O encontro acontece após Bolsonaro desautorizar publicamente o Ministério da Saúde em relação ao protocolo assinado com o estado de São Paulo, governado por João Doria (PSDB), para a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac. A intenção do estado era iniciar a imunização em janeiro de 2021.

Em outro momento da live, Bolsonaro e Pazuello ironizam o desentendimento do dia anterior e adotam um tom de pacificação. "É simples assim, um manda e outro, obedece. Mas temos um carinho", afirmou Pazuello, sorrindo. Bolsonaro então responde: "Está pintando um clima aqui".

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