
Acusado por ser um dos principais comandantes da ala militar do governo de promover “fogo amigo” contra o ministro do Meio Ambiente, o coronel Luiz Eduardo Ramos, Ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência, foi às redes culpar “parte da imprensa” e demonstrar solidariedade ao colega de ministério.
“Parte da imprensa fica maldosamente e de forma vil , imputando a mim uma sórdida campanha contra nosso Min Ricardo Salles !! Quero reafirmar meu total apoio e apreço ao competente e dedicado Min do Meio Ambiente, que corajosamente vem enfrentando os ideólogos esquerdistas”, tuitou Ramos.
Segundo coluna de Bela Megale, no jornal O Globo desta quarta-feira (8), Salles tem dito a aliados que vem sendo “queimado” pela ala militar do governo. O chefe da pasta do Meio Ambiente afirmou que, para ele, a intenção do grupo é colocar alguém de sua confiança no cargo.
Salles ainda enfrenta uma ação do Ministério Público Federal, que acusa o ministro de promover um desmonte na política de proteçao ambiental e pede que ele deixe o cargo.
Uma das ilegalidades, segundo os 12 procuradores que movem a ação, diz que Salles interferiu na fiscalização do Ibama após o presidente Jair Bolsonaro pressionar a sua equipe por conta da destruição de maquinário usado por grileiros na Amazônia.
Na ação, o MPF reproduz uma mensagem no celular de Bolsonaro, exibida pelo presidente a repórteres, quando é questionado sobre a sua interferência na Polícia Federal. Na mensagem, de 22 de abril, o então ministro Sergio Moro (Justiça) nega que a Força Nacional tenha se envolvido na destruição de maquinário apreendido nas terras indígenas Apyterewa, Trincheira Bacajá e Kayapó, na região da Volta Grande do Xingu, no sul do Pará. As operações de fiscalização ocorreram entre 4 e 16 de abril.
Sobre este caso, a ação destaca que Salles exonerou os servidores do Ibama para atender reclamações feitas por Bolsonaro. Os procuradores argumentam ainda que a cronologia dos fatos prova intuito de interferir no Ibama para prejudicar as ações de fiscalização contra os desmatadores.
“A irresignação da Presidência motivou que o requerido, Ministro do Meio Ambiente, efetivamente exonerasse toda a cadeia de servidores responsável, no Ibama, pelo planejamento de atividades de fiscalização”, escrevem os procuradores.