Boulos a Bolsonaro: “você está com medo, Jair, acuado pelo turbilhão dos fatos”

Em carta aberta ao presidente, ele ainda afirma: “também, pudera: Carluxo sentindo o cheiro da cadeia, CPI fechando o cerco e até o 04 pode entrar na dança”

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O líder do MTST Guilherme Boulos (PSOL) escreveu carta aberta ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nesta terça-feira (7), publicada pela Folha de S. Paulo, com forte recado em que diz que o presidente está com medo. E recorda: “É assim que você lida com seus medos desde Eldorado Paulista ou, depois, tentando explodir quartéis”.

“Você está com medo, Jair. Também, pudera: Carluxo sentindo o cheiro da cadeia, CPI fechando o cerco e até o 04 pode entrar na dança. Nas suas palavras de ameaça vejo um homem desesperado, mal resolvido, acuado pelo turbilhão dos fatos. Você não vê alternativa a não ser dobrar a aposta, fugir para a frente. É assim que você lida com seus medos desde Eldorado Paulista ou, depois, tentando explodir quartéis”, afirma.

Boulos diz ainda sobre o 7 de Setembro que “sua audiência aplaudirá efusivamente, erguendo faixas intervencionistas e, quiçá, cometendo atos de covardia em algum canto do país. Mas no fundo você sente que sua massa de estimação já está descolada do Brasil real. Não estamos mais em 2018. Lá suas pregações confluíam com um desejo de mudança, com um feroz sentimento de antipolítica. Agora o problema é você. É o preço da gasolina, do gás, do feijão. O morticínio da pandemia, o desemprego, enfim, os feitos desumanos do seu governo. Seu discurso prega para convertidos, mas está alheio às preocupações do povo”.

E ao final, afirma: “não importa quantas pessoas você coloque hoje em Brasília e na avenida Paulista. Sua única chance é que instituições que têm muito a perder —ao contrário de você— embarquem numa aventura suicida. Convenhamos, Jair, é improvável, até porque neste caso ao vencedor não sobrariam nem mesmo as batatas. Apenas um país ingovernável, sem credibilidade e com terra arrasada. Mesmo assim você foi para o tudo ou nada. Vejamos o que este dia 7 reserva ao Brasil, mas para você pode ser o início do fim”.

Leia a carta na íntegra na Folha