Se o juiz Marcelo Bretas, da Lava Jato do Rio de Janeiro, é o "ministro terrivelmente evangélico" que Jair Bolsonaro pretende indicar para o Supremo Tribunal Federal (STF), ainda não se sabe. Mas o fato é que o magistrado tem grande proximidade com o presidente - e isso será motivo de apuração por parte da Justiça.
Nesta terça-feira (18), o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) apure a conduta de Breta por ter participado de atos políticos ao lado de Bolsonaro. A ideia é estabelecer se o juiz violou o dever funcional de seu cargo, já que a Lei Orgânica da Magistratura (Loman) veda atividades político-partidárias de juízes.
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A determinação partiu do corregedor Humberto Martis, atendendo a uma representação do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Na peça apresentada ao CNJ, a OAB cita o episódio em que Bretas participou com o presidente da cerimônia de inauguração da alça de ligação da Ponte Rio-Niterói à Linha Vermelha, no último sábado (15), e também a participação do juiz em um evento evangélico com Bolsonaro, também no Rio de Janeiro, na mesma data. O jornal O Globo informou, inclusive, que neste último evento Bretas andou no veículo oficial da comitiva presidencial.
O TRF2 tem um prazo de 60 dias para dar um parecer sobre a conduta de Bretas ao CNJ.
Pelas redes sociais, o juiz minimizou: "Vale notar que a participação de autoridades do Poder Judiciário em eventos de igual natureza dos demais Poderes da República é muito comum, e expressa a harmonia entre esses Poderes de Estado, sem prejuízo da independência recíproca".