Bruno Covas desaloja 1,3 mil famílias de terreno ocupado há 30 anos

No local, na zona norte de São Paulo, empreiteiras privadas vão construir apartamentos em terrenos oferecidos pela prefeitura que serão destinados, em parte, a famílias com fonte de renda comprovada e sem dívidas, realidade distante da maior parte das 1.360 que foram removidas

Bruno Covas (Foto: Leon Rodrigues/Secom Prefeitura de S.Paulo)
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Reportagem de Mariana Zylberkan e Eduardo Anizelli, na edição desta quinta-feira (9) da Folha de S.Paulo, informa que o prefeito Bruno Covas (PSDB) cumpriu a reintegração de posse expedida pela Justiça da Chácara da Esperança, terreno de 15 mil metros quadrados no bairro Jardim Peri Alto, na zona norte de São Paulo, desalojando cerca de 1360 famílias que moravam no local, algumas há 30 anos. De acordo com a gestão do prefeito Bruno Covas (PSDB), a retirada das famílias obedeceu a uma ação judicial que classificou o terreno como “área de risco muito alto” por se tratar de uma área de preservação ambiental, próxima ao Parque da Serra da Cantareira. Entre as famílias removidas, 946 vão receber R$ 400 mensais da prefeitura como auxílio aluguel por um ano, segundo a administração. Parte do terreno onde foram derrubados quase 2 mil barracos pertence à CTEEP (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista), que havia instalado ali uma linha de transmissão de energia. O restante, de propriedade pública, foi mapeado pela gestão Covas para fazer parte do projeto de parceria público-privada destinado a construir 13 mil moradias populares com investimento de R$ 2,2 bilhões em seis terrenos diferentes espalhados pela cidade. Os apartamentos serão construídos pela iniciativa privada em terrenos oferecidos pela prefeitura e destinados a famílias com fonte de renda comprovada e sem dívidas, realidade distante da maior parte das famílias removidas. Uma vez prontos, os empreendimentos vão ser comercializados pelas construtoras contratadas a preço de mercado. “Estamos sendo tratados como invasores”, diz Francisca da Silva Barros, 66, que vivia há mais de 20 anos no terreno e conta que teve a casa derrubada sem ter a chance de resgatar documentos e objetos pessoais Leia a reportagem completa