Cabo Daciolo usou verba da Câmara para fretar helicóptero

Candidato do Patriota à Presidência da República, o deputado federal Cabo Daciolo (RJ) alugou um helicóptero para ir à greve dos caminhoneiros. O pagamento pelo voo, no valor de R$ 5.000, foi feito pela Câmara.

Reprodução/TV Bandeirantes
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Candidato à Presidência da República pelo Patriotas, o deputado federal Cabo Daciolo (RJ) alugou um helicóptero para ir à greve dos caminhoneiros, movimento nacional que ele apoiou. O pagamento pelo voo, no valor de R$ 5.000, foi feito pela Câmara. O deputado decolou do heliporto do Recreio dos Bandeirantes, no Rio, e queria chegar ao km 91 da Dutra, em São Paulo. No caminho, entretanto, o piloto foi obrigado a retornar por causa do mau tempo. Em julho, Daciolo apresentou nota fiscal para reembolso retroativo, com base na cota parlamentar. O fretamento de aeronaves é permitido desde o uso seja em exercício do mandato. Porém, atividades de cunho eleitoral não podem ser pagas com essa verba. Quando decolou, um dia depois de o presidente Michel Temer autorizar o uso das Forças Armadas para desbloquear estradas, Daciolo já se apresentava como pré-candidato. O deputado gravou vídeos a bordo do helicóptero, antes e depois de embarcar. E instou os militares a promoverem intervenção no governo. "Entrem em ação aí, militares, prendam os políticos bandidos, que são muitos." Cabo reformado do Corpo de Bombeiros Militar do Rio, Daciolo também pregou a desobediência dos militares. "Cuidado com a medida que os senhores vão tomar, porque ordem absurda não se cumpre", afirmou. "Uma das pautas hoje não só dos caminhoneiros, mas da nação brasileira, se eu estiver errado me corrijam, é a renúncia de Vossa Excelência, presidente temporário Michel Temer. Tá (sic) repreendido em nome de Jesus", completou. Daciolo havia sido preso e expulso do Corpo de Bombeiros do Rio após liderar uma greve em 2011. O fato serviu de plataforma para alcançar seu primeiro mandato. Uma de suas iniciativas foi aprovar na Câmara uma anistia aos bombeiros grevistas - ele mesmo foi um beneficiado. O deputado é alvo de inquérito no STF por peculato, suspeito de se apropriar de verbas gastas com empresas de tecnologia e informática, que administram as redes sociais do deputado e prestam consultorias ao gabinete.