"Calminho, Bolsonaro pode sair pela porta dos fundos como Figueiredo", diz Lula

Lula afirmou ainda que quer ser candidato de um "movimento que vai reestabelecer a democracia" e que não tem "esse negócio dele ficar bravo, dizer que não sabe se vai entregar, não sabe se vai aceitar".

Lula em entrevista a sites independentes (Reprodução/Twitter)
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Em entrevista a sites independentes na manhã desta quarta-feira (19) em São Paulo, Lula (PT) disse que quer ser o candidato de um movimento para reestabelecer a democracia no Brasil e afastou qualquer possibilidade de golpe de Jair Bolsonaro (PL).

"É assim que vou governar, ouvir mais o povo brasileiro. O PT é meu partido, mas não vou ser candidato do PT. Quero ser candidato de um movimento que esteja disposto a resgatar a decência, a dignidade e o direito do povo ser feliz e viver dignamente. É esse movimento que vai reestabelecer a democracia, que vai dar um golpe na urna em Bolsonaro", afirmou, após ser confrontado por Luis Nassif sobre a existência de milícias e os riscos da eleição.

Em seguida, Lula afirmou que não adiante Bolsonaro esbravejar, pois terá que deixar o governo, caso perca as eleições.

"Esse negócio dele ficar bravo, dizer que não sabe se vai entregar, não sabe se vai aceitar. Não! Ele, calminho, pode até sair pela porta dos fundos como fez Figueiredo, mas quem ganhar vai tomar posse e presidir esse país", disse, citando o último presidente da Ditadura, general João Figueiredo.

Sem censura

Na abertura da entrevista, Lula pediu que os jornalistas fossem "mais francos possíveis nas perguntas" e que não haveria veto ou censura".

"Vocês devem considerar isso aqui uma conversa em que vocês terão os mais francos possíveis nas perguntas. Não existe veto, não existe censura, não tem pergunta ruim, o que pode ter é resposta insatisfatória", disse Lula.

Liderando as pesquisas de intenção de votos após ser perseguido pela mídia liberal e preso injustamente por 580 dias por ordem de Sergio Moro (Podemos), o petista elogiou a postura dos jornalistas independentes.

"Quero considerar isso aqui uma conversa muito verdadeira entre as pessoas mais significativas da chamada imprensa alternativa nesse país. As pessoas que ajudaram a reestabelecer o processo de democracia desse país. As pessoas que têm denunciado constantemente os descalabros do que está ocorrendo no Brasil", afirmou.

Além de Ivan Longo, editor e repórter especial da Fórum, participam da entrevista jornalistas do Brasil 247, DCM, GGN, Blog da Cidadania e Tutameia.

Assista

https://www.youtube.com/watch?v=Irh03TSzwkc